You are here

ProTEJO quer oposição do Governo à central da Iberdrola na barragem de Alcântara

Ambientalistas querem avaliação do impacte transfronteiriço do projeto de uma central da Iberdrola na barragem de Alcãntara, em Cáceres, que fará bombagem de água para montante, restringindo o caudal que chega a Portugal.
Barragem de Alcantara vista da ponte romana. Foto de Alonso de Mendoza / Wikimedia Commons

Numa carta aberta dirigida ao Ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, o movimento proTEJO chama a atenção para o lançamento do processo de consulta pública do pedido de autorização administrativa prévia e declaração de impacte ambiental do anteprojeto de execução de uma central de bombagem hidráulica reversível da Iberdrola, com o objetivo de estabelecer a bombagem de água para montante na barragem de Alcântara no rio Tejo, na província de Cáceres, em Espanha.

Há dois anos este projeto esteve em consulta pública em Espanha e no ano passado o proTEJO defendeu que o ministro português devia manifestar a sua oposição no âmbito do quadro de cooperação da Convenção de Albufeira. Os ambientalistas defendem que se trata de um projeto que, "em função da sua natureza, dimensão e localização, deve ser submetido a avaliação de impacte transfronteiriço". E acrescenta que a sua concretização "agravará significativamente a disponibilidade e variabilidade de caudais no rio Tejo em consequência da restrição da água que flui para o rio Tejo em Portugal a partir de Espanha, não sendo de esperar mais do que o volume limite de caudal mínimo de 2.700 hm3, e talvez mais uma gota, para cumprir formalmente a Convenção de Albufeira, à semelhança do que aconteceu nos poucos anos de seca que assolaram o rio Tejo".

O movimento critica o facto de não se ter concretizado a transição para o regime de caudais ecológicos previstos pela Convenção de Albufeira, continuando ao fim de 24 anos o regime de caudais mínimos "negociados politicamente e administrativamente". E defende que na bacia hidrográfica do Tejo "devem ser estabelecidos caudais ecológicos regulares, contínuos e instantâneos, medidos em metros cúbicos por segundo (m3/s), e respeitando a sazonalidade das estações do ano, ou seja, maiores no inverno e outono e menores no verão e primavera".

"O não estabelecimento de caudais ecológicos tem permitido uma extrema volatilidade dos caudais recebidos de Espanha que prejudica os ecossistemas e os usos da água, nomeadamente, os usos agrícolas, constituindo um incumprimento da Diretiva Quadro da Água", aponta o movimento, instando o ministro a opor-se ao projeto da iberdrola enquanto não for assegurada a implementação do regime de caudais ecológicos.

Termos relacionados Ambiente
(...)