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Presidente de hidroelétrica condenado pelo assassinato de Berta Cáceres
Por unanimidade, os juízes de um tribunal das Honduras decidiram condenar o presidente executivo da empresa hidroelétrica Desarrollos Energéticos Sociedad Anónima (DESA), Roberto Castillo Mejía, enquanto autor moral do assassinato da líder ambientalista e indígena Berta Cáceres a 2 de março de 2016. A pena será conhecida a 3 de agosto.
Castillo Mejía liderava a construção de uma barragem no território da etnia Lenca e o projeto Agua Zarca, ao qual se opunha Berta Cáceres enquanto líder do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas das Honduras (Copinh). O tribunal deu como provado que o presidente da empresa forneceu a logística e os recursos para assassinar a ambientalista. Berta Cáceres lutava contra este projeto que iria destruir bosques e territórios indígenas.
Para o Copinh, citado pelo Centro Latinoamericano de Análise Estratégica, a sentença é “uma vitória dos povos do mundo que acompanharam este processo, da comunidade solidária e dos direitos humanos”. Por outro lado, considera que a condenação significa que “as estruturas de poder não conseguiram neste caso corromper o sistema de justiça, e que a estrutura crimosa da família Átala Zablah, da qual o condenado é um instrumento, não atingiu os seus objetivos”, afirmaram num comunicado lido por Bertha Zúñiga, uma das filhas da ambientalista.
Em 2018 foram condenados a penas até 50 anos de prisão sete autores materiais do assassinato de Berta Cáceres: os três mercenários, o chefe da área social da empresa, o ex-chefe de segurança, um major das forças armadas hondurenhas e o responsável pelo reconhecimento da casa da ativista.
O advogado da acusação privada, Victor Fernández, defende ainda que a condenação deve implicar a reversão da concessão do projeto hidroelétrico Agua Zarca e a condenação de todos os autores morais, incluindo a família Atala Zablah, dona da empresa, que considera serem os verdadeiros responsáveis pela ordem do assassinato.
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