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Presidente da República veta lei dos contratos públicos

A lei, aprovada em outubro através de um acordo entre PS e PSD, volta agora à Assembleia da República para nova apreciação. "Dissemos desde o início que esse acordo lesava o interesse público", diz Catarina Martins. 
“Tal simplificação e aperfeiçoamento supõe, no entanto, como contrapartida, uma atenta preocupação com o controlo, mesmo se a posteriori".
“Tal simplificação e aperfeiçoamento supõe, no entanto, como contrapartida, uma atenta preocupação com o controlo, mesmo se a posteriori". Foto de Tiago Petinga, Lusa.

Numa nota divulgada na página da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa considera que não estão garantidos os mecanismos de controlo “mesmo se a posteriori” do processo de contratação pública. 

Catarina Martins relembra que "as alterações à contratação pública foram um acordo feito entre PS e PSD, quando se soube dos fundos comunitários reforçados. Dissemos desde o início que esse acordo lesava o interesse público", e, por isso, "este veto é mais do que esperado".

Na carta enviada ao Presidente da Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa admite a “necessidade de simplificação e de aperfeiçoamento de procedimentos em matéria de contratação pública”. 

Contudo,  “tal simplificação e aperfeiçoamento supõe, no entanto, como contrapartida, uma atenta preocupação com o controlo, mesmo se a posteriori, da legalidade e da regularidade dos contratos”. 

Por isso, solicita à Assembleia da República que pondere a redação do diploma no que respeita “aos efeitos quanto ao adjudicante e ao adjudicatário do controlo a posteriori de ilegalidades e de irregularidades detetadas pelo Tribunal de Contas e”, em segundo lugar, “a garantia da presidência da comissão independente de acompanhamento e fiscalização por membro designado pela Assembleia da República, a previsão do alargamento da incompatibilidade de todos os membros com o desempenho de cargos em parceiros económicos e sociais, e a substanciação adicional do papel da comissão, em termos de articulação com o Tribunal de Contas e de conhecimento público da sua atividade”.

O diploma agora devolvido ao parlamento foi o resultado da Proposta de Lei 41/xiv, apresentada pelo governo à Assembleia da Repúpblica, e obteve os votos favoráveis apenas dos deputados do Partido Socialista, tendo sido aprovada com a abstenção do PSD e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues, apesar dos votos contra de todas as outras bancadas e deputadas independentes.

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