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“Precisamos de combater o despovoamento do interior”

Esta segunda-feira, numa visita à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Catarina Martins defendeu a necessidade de investir nos serviços públicos de forma a fixar população no interior.
Fotografia de Paula Nunes
Fotografia de Paula Nunes

“Vemos um interior crescentemente despovoado, precisamos de respostas que o combatam”, afirmou Catarina Martins à comunicação social após a visita. No seu entender, é necessário investir em medidas não “pontuais mas estruturais”. Depois dos milhares de encerramentos de serviços públicos por todo o país, cinco mil só anos anos do governo PSD/CDS, principalmente no interior, o país passou a ter lacunas, precisando de uma nova estratégia. “Precisamos da reabertura de serviços que fixe a população e combata o despovoamento”, afirmou Catarina Martins.

Para mais, “quando um serviço público é criado, há logo emprego permanente”. A coordenadora do Bloco aproveitou para relembrar o programa do Bloco, “amplo, de investimento nas estruturas do país”, e que propõe o investimento de 5% do PIB a cada ano, “um investimento que o país teve muitas décadas e depois deixou cair”. “Acabamos por investir mais no sistema financeiro, muito mais do que 5% do PIB”, afirmou aos jornalistas.

A coordenadora do Bloco acredita que, “com o aumento do investimento para 5% do PIB”, que inclui o reforço no investimentos dos serviços públicos, é possível, “de forma gradual, com as autarquias e avaliando o impacto, fazer a reabilitação dos serviços públicos das mais variadas áreas e, assim, fixar a população de forma consistente no território”.

Lembrando a investigação científica levada a cabo pela UTAD sobre o território, Catarina Martins sublinha que foram encerrados pelo governo PSD/CDS serviços que hoje seriam essenciais para “fazer a ligação entre a investigação científica, fundamental à defesa do território, com os produtores agrícolas e florestais”.

No seu entender, a fixação de profissionais nas universidades só é possível através da criação de contratos de trabalho. Num contexto em que há trabalhadores precários que fazem trabalho essencial, Catarina Martins lembrou ainda que as instituições do Ensino Superior não estão a cumprir o PREVPAP por não terem “financiamento suficiente”. “Precisam de mais financiamento”, admite, lembrando que cabe a essas mesmas instituições dizer que, “quando há dificuldades, não são os investigadores os primeiros a sofrer”. “Se as universidades não tiverem investigadores, não estão a cumprir o seu papel, que é fazer ciência”, sublinhou.

No seu entender, “dar contratos de trabalho permanentes aos investigadores era uma grande medida para fixar população nestas universidades e em institutos politécnicos um pouco por todo o país”. “As pessoas têm de ter condições para ter projetos de vida no interior”, rematou.

Assim, Catarina Martins insistiu na reabertura de serviços públicos de forma gradual nos territórios despovoados, em conjunto com as autarquias e com avaliação da capacidade de fixação de povoação nesses territórios. “É assim que se faz um trabalho estruturado, é assim que se respeita o interior”, declarou.

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