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Precários da Universidade de Lisboa protestaram

Os precários concentraram-se, nesta quarta-feira, à porta de uma reunião da comissão de avaliação para protestar contra os bloqueios ao Prevpap.
Precários da universidade de Lisboa concentraram-se nesta quarta-feira
Precários da universidade de Lisboa concentraram-se nesta quarta-feira

Na convocatória, os precários da universidade de Lisboa referem que “a degradação dos vínculos no Ensino Superior – atestada pelos cerca de 6000 processos submetidos no âmbito do Prevpap [programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública] – levou já à duplicação para duas da CAB-CTES [Comissão de Avaliação Bipartida da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior] de forma a dar vazão a tantos processos”. “Só com a nossa mobilização e com a denúncia dos bloqueios ao Prevpap podemos lutar pelo fim da precariedade no Ensino Superior e na Ciência”, sublinham.

Segundo a Lusa, o protesto, realizado junto ao ministério da Educação na avenida 5 de outubro em Lisboa, juntou dezenas de pessoas com cartazes e palavras de ordem contra a precariedade.

À Lusa, Dulce Belo, investigadora do Instituto Superior Técnico (IST) há 16 anos declarou: “Gostava de dizer que estou otimista, mas estamos aqui a assistir a um braço de ferro. Não nos ouvem, parece que não percebem os nossos argumentos, mas é que nem precisam ouvir os nossos argumentos, bastava ver o nosso trabalho para perceberem que fazemos falta nas instituições”.

Para Dulce Belo, “esta é uma oportunidade única de legalizar uma situação que se vem a arrastar há muitos anos”, que as instituições “deviam aproveitar para tornar justa a posição destes investigadores”.

O presidente do sindicato nacional do Ensino Superior (SNESup), Gonçalo Velho, esteve presente no protesto e criticou o IST por estar a praticar uma política de “verdadeiro ‘outsourcing’ científico”, denunciando o instituto por estar a usar a “liberdade de associação” para “albergar um ‘outsourcing’ às instituições de ensino superior que querem aí colocar uma série de investigadores”, uma solução de contratação paralela, que evita que se estabeleça um vínculo permanente e público.

“[No IST] há mais de 100 pessoas nesta situação. O objetivo é contratar ao abrigo do Código do Trabalho e não acolher o vínculo em funções públicas. O IST parece que quer ainda mais precariedade para um programa que devia ser de combate à precariedade”, criticou, acrescentando que a situação já foi exposta pelo sindicato à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

Marta Matos, representante da Associação de Bolseiros e Investigadores (ABIC), criticou a forma como tem decorrido o Prevpap na ciência e ensino superior, por estar a ser “completamente boicotado pelas instituições de ensino superior”.

“O que está a acontecer no Prevpap no ensino superior é uma falta de vontade política do Governo em resolver esta situação”, acusou também Joaquim Ribeiro do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas, acrescentando que mesmo no caso dos trabalhadores técnicos e administrativos a taxa de aprovação para vínculo nas duas CAB da ciência e ensino superior estão abaixo das expectativas e “muito longe das necessidades dos serviços”.

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