Portway: Elevada adesão à greve

Em declarações à agência Lusa, Fernando Simões, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), afirmou que a greve dos trabalhadores da empresa de handling (serviços prestados em terra para apoio às aeronaves, passageiros, bagagem, carga e correio) está a ter “adesão elevada”. A greve abrange os aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal.

“Os primeiros números indicam que os primeiros aviões da easyJet da manhã, em Lisboa e Porto, saíram com atrasos, apesar de os painéis dos aeroportos, para a comunicação social e passageiros, informarem que não saíram com atrasos”, disse o dirigente sindical.

O sindicalista disse também que, em Faro, “cerca de 70% dos trabalhadores que deviam estar a operar na placa estão do lado de fora”, tal como em Lisboa e no Porto. “Agora vão começar a chegar os voos que vão fazer ‘rotações’. Nas próximas horas vamos começar a ter mais dados”, acrescentou Fernando Simões.

Greves na Portway no final de 2019 e no início de 2020

A paralisação tem como primeiro objetivo o desbloqueamento das carreiras que deveria ter-se verificado em novembro passado, segundo o acordo de empresa assinado em 2016, mas que a Portway, do grupo Vinci, não está a cumprir.

“Há muita coisa que já se vem arrastando ao longo do tempo. Os trabalhadores reunidos em plenário não aceitaram a proposta da empresa de baixar significativamente as remunerações e, por isso, foram também decididas estas formas de luta”, declarou ainda Fernando Simões à agência.

Para ter início em 1 de janeiro de 2020 e decorrer até final de março, já está marcada uma greve dos trabalhadores da Portway ao banco de horas, ao trabalho extraordinário, às alterações de horário e aos fins de semana devido à empresa alterar unilateralmente o que está escrito no acordo de empresa.

A greve não provocou até agora cancelamento de voos, mas há atrasos de 40m a 1h20 e, em alguns casos, as cargas não estão a ser feitas. Sérgio Matos, delegado sindical no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, declarou à Lusa: “Neste momento, quem está a fazer os carregamentos é o pessoal contratado, nós compreendemos”.