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Portugal não tomou medidas para mitigar impacto da covid na Educação, assinala OCDE

Portugal tem nota negativa no que concerne à preparação do novo ano letivo após os primeiros confinamentos de 2020 e à implementação de medidas destinadas a populações em risco de exclusão. Programa de recuperação do Governo ainda não é conhecido.
Foto de Paulete Matos.

Um relatório da OCDE apresentado na passada quinta-feira, e citado pelo Jornal de Negócios, aponta que Portugal é um dos poucos países que não implementou medidas de fundo para mitigar o impacto do encerramento das escolas na aprendizagem dos alunos.

No documento é referido que, entre os 30 países estudados, 86% avançaram com medidas para fazer face às consequências do confinamento no quinto e no sexto ano de escolaridade. Já 75% dos países criaram medidas para o nono ano e 73% para o ensino secundário. Portugal não integra nenhum destes grupos. Até ao momento, o país somente deu passos no sentido de apurar o impacto dos confinamentos no ensino.

Portugal tem ainda nota negativa no que concerne à preparação do novo ano letivo após os primeiros confinamentos de 2020 e à implementação de medidas destinadas a populações em risco de exclusão. Em causa estão medidas vocacionadas para estudantes imigrantes, refugiados e de minorias étnicas; estudantes com dificuldades durante o confinamento ou na globalidade do seu percurso escolar; estudantes desfavorecidos financeiramente; estudantes tiveram dificuldades em aceder às plataformas de ensino à distância; em programas de orientação vocacional; ou que vão realizar exames nacionais de acesso ao ensino superior e em transição de ciclo.

É preciso “aumentar substancialmente o investimento em educação”

Na passada segunda-feira, o secretário de Estado da Educação afirmou, em declarações aos jornalistas, que está “em preparação um plano”, sendo “prematuro antecipá-lo”. Este plano, com “recomendações não vinculativas”, deverá ser conhecido no final de abril.

Joana Mortágua levou esta questão ao debate parlamentar de quarta-feira. Na sua declaração política, a deputada do Bloco sublinhou que “o programa de recuperação que o país precisa tem de cumprir o desafio do Secretário-Geral da ONU” e “aumentar substancialmente o investimento em educação”. “Tem de confiar nos professores e reforçar a escola pública. Tem de chegar às aprendizagens mas também à saúde mental e às competências emocionais, sociais e físicas das crianças”, acrescentou.

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