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Portugal é o segundo país da UE com o gás mais caro para as famílias
Dos 27 Estados-Membros da União Europeia (UE), Portugal é o segundo onde o gás é mais caro para as famílias, apenas ultrapassado pela Suécia. Os dados de 2021, compilados pela Pordata e noticiados pelo Jornal de Negócios, mostram ainda que, no caso da indústria, o país passa para o 18º lugar nos 27 países no que diz respeito ao preço do gás.
A tendência repete-se em relação à luz: tendo em conta as diferenças no custo de vida, as famílias portuguesas pagam a sexta fatura mais elevada da UE, ao passo que a indústria paga a 14ª mais elevada.
No que diz respeito à dependência energética, Portugal figura no 11º lugar e regista um valor acima da média da UE (58%). O que isto significa é que o país se encontra significativamente dependente do exterior para fazer face às suas necessidades energéticas, uma vez que não possui níveis de produção suficientes e se vê obrigado a recorrer a importações.
Em 2020, Portugal importou mais de 14 milhões de toneladas de petróleo e produtos derivados, maioritariamente provenientes do Brasil (20%), de Espanha (15%) e da Nigéria (13%). No que toca ao gás natural, as importações superaram os 5,5 mil milhões de metros cúbicos normais, sendo que entre os principais países de origem se encontram a Nigéria (54%), os EUA (19%), a Rússia (10%) e a Argélia (9%).
Comissão autoriza redução do preço do gás, mas barragens continuarão com lucros recorde
Entretanto, a Comissão Europeia aprovou a proposta ibérica para combater a escalada dos preços da energia, limitando temporariamente o preço do gás a €50 por MWh. O primeiro-ministro português, António Costa, anunciou a aprovação da medida à margem do encerramento da Conferência sobre o Futuro da Europa, em Estrasburgo.
“Hoje de manhã mesmo, a Comissão Europeia deu ‘luz verde’ à proposta portuguesa e espanhola de forma a evitar a contaminação do preço da eletricidade pela subida do preço do gás e isso é uma medida de grande alcance”, afirmou o primeiro-ministro, citado pelo Negócios.
No Twitter, o dirigente bloquista Jorge Costa criticou a medida. “Sob o acordo ibérico com Bruxelas, as barragens (um terço da potência instalada em Portugal) continuarão a cobrar o quádruplo do que cobraram em 2020 (média 34€/MWh) e quase o triplo do que cobraram sob seca extrema em 2017.” Na prática, as barragens continuarão a registar lucros extraordinários.
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