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População mobiliza-se contra batida à raposa

Sinalizando a sua “profunda indignação e repúdio pela prática da ‘batida à raposa’, que mais não é senão um abate de animais indefesos, de parte integrante do nosso património natural, que deve ser protegido”, e tendo em conta que “esta é ainda uma prática legal”, inúmeras pessoas enviaram às autoridades competentes um pedido de “fiscalização e acompanhamento deste acto venatório”, por forma a verificar “as condições, autorizações e requisitos para a realização da batida à raposa referida”.
Um grupo de ativistas aderiu à concentração convocada na página de Facebook da Maré - Plataforma Virtual 3.0 de Moradores da Freguesia de Quiaios, estando presentes no processo de fiscalização na Associação de Desenvolvimento de Murtinheira, local de encontro dos caçadores, tendo conseguido, “com o descontento popular e mobilização através das redes sociais, que não levassem os cães na realização da Batida à raposa e saca-rabos”.
Aval dado a caça da raposa “não se coaduna com o paradigma actual”
O Movimento pela Abolição da Caça à Raposa lembra que Quiaios, freguesia da Figueira da Foz, é uma Zona de Caça Municipal do país, cabendo à autarquia autorizar a prática da caça nos terrenos municipais e sublinha que “cada vez mais, fauna e flora sofrem o declínio espelhado no desequilíbrio do ecossistema”.
“Somar a isto a perseguição de que são vítimas é inaceitável, sob vários aspectos. Importa que os municípios e/ou poderes locais compreendam que o aval dado face a esta realidade, além de contraproducente, não se coaduna com o paradigma actual. Sendo também a Natureza e o turismo ecológico cada vez mais procurados, importa a tais entidades considerar, em consciência, o que estão a promover, a permitir e simultaneamente, a perder”, sendo que “há a considerar, desde o perigo ao distúrbio e ameaça que a actividade representa em zonas/dias de caça”, alerta o Movimento.
“Caça à raposa e saca-rabos é uma prática hedionda de crueldade animal”
A petição pelo Cancelamento da Caça à Raposa em Quiaios reuniu cerca de quatro mil assinaturas. No texto da iniciativa lê-se que “a caça à raposa e saca-rabos é uma prática hedionda de crueldade animal, mascarada pelas palavras ‘desporto’, ‘tradição’, ‘conservação’ e ‘controlo populacional’”.
Os peticionários e peticionárias lembram que as alterações climáticas “agravam a colocação em risco das populações de animais de Portugal, incluindo raposas e saca-rabos” e que “a caça desestabiliza o seu desenvolvimento natural, tendo em conta que são alvos preferenciais dos praticantes desta atividade de entretenimento, animais de grande porte, saudáveis e mais fortes”. Sinalizando que “são ainda deixadas órfãs e em risco de vida centenas de crias, que acabam por morrer”, avançam ainda que a “diminuição da população destes animais coloca ainda em risco todo o ecossistema local: aumentarão as populações de outras espécies, tão ou mais perigosas para o ser humano e, por exemplo, para a indústria agropecuária”.
“Numa sociedade que se idealiza íntegra e moderna, e que aspira acompanhar o desenvolvimento as grandes potências europeias, é inconcebível entidades públicas associarem-se a eventos como este: de abuso, maus tratos e morte agonizante de animais”, lê-se ainda na missiva.
Bloco volta a apresentar proposta para interditar caça da raposa e saca-rabos
Aquando da discussão da petição pela proibição da caça à raposa, promovida pelo Movimento pela Abolição da Caça à Raposa, e que reuniu mais de 11 mil assinaturas, o Bloco viu chumbado, com os votos contra de PS, PSD, CDS e PCP, o projeto de lei que interditava a caça à raposa e ao saca-rabos e que retirava essas espécies da lista de espécies cinegéticas.
Conforme adiantou a deputada Maria Rola ao esquerda.net o grupo parlamentar bloquista voltará a apresentar esta iniciativa na atual legislatura.
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