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Polícia Municipal acaba com ocupação simbólica contra especulação imobiliária, Bloco critica

“Bloco vê com bastante preocupação este ato de desocupação de uma ocupação simbólica”, avançou o deputado municipal Rui Costa. Assembleia de Ocupação de Lisboa tentou falar com Câmara Municipal de Lisboa “que nunca respondeu”, denuncia um dos ativistas do coletivo.

A Polícia Municipal, acompanhada pela PSP e responsáveis da Câmara Municipal de Lisboa, iniciou esta terça-feira de manhã a desocupação de um prédio ocupado por um grupo de cidadãos em setembro como alerta para um dos maiores problemas que a cidade enfrenta, o acesso à habitação.

O n.º 69 da Rua Marques da Silva, na freguesia de Arroios, propriedade da autarquia lisboeta, foi ocupado em protesto contra o avanço da especulação imobiliária, explicou na altura à Lusa um dos membros da Assembleia de Ocupação de Lisboa (AOLX).

A desocupação começou pelas 10:00 desta segunda-feira, "quando a polícia chegou e rebentou a porta", contou Tiago Duarte, da AOLX. Quem se encontrava dentro do prédio pediu para ver o despacho do vereador do Urbanismo a dar a ordem de despejo, que os agentes disseram não ter em sua posse.

"Não há qualquer documento que justifique isto", afirmou, lembrando que, desde a ocupação, a 15 de setembro, "foram feitas várias obras de renovação", nomeadamente no telhado e em vários apartamentos, havendo já pessoas a habitar no edifício em regime temporário.

A AOLX estava "a desenhar uma espécie de programa de rendas convencionadas, para distribuição dos seis fogos através de concurso público, que ia ser revelado na quarta-feira". "Tentámos falar com a Câmara Municipal de Lisboa, que nunca deu qualquer resposta", referiu.

Ao final da manhã, o Bloco de Esquerda Lisboa também esteve presente no local. Para o deputado municipal Rui Costa a ocupação “reflete, num espírito de ação direta, as dificuldades que as pessoas sentem com a habitação em Lisboa”.

O Bloco vê “com bastante preocupação este ato de desocupação de uma ocupação simbólica, que pretendia a denúncia de uma situação que não se vai apagar em função desta desocupação”.

“A desocupação foi feita hoje e as dificuldades que os lisboetas sentem em matéria de habitação continuarão a senti-las se não houver uma ação rápida e eficaz para colmatar este grave problema que se vive em Lisboa”, afirmou o bloquista em declarações à agência Lusa, recordando que “o preço da habitação tem disparado exponencialmente na cidade, fruto da pressão do novo regime do arrendamento urbano, mas também da pressão motivada pela liberalização do alojamento local”.

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