You are here
Petróleo em Portugal: Repsol adia furo

O “Jornal de Negócios” desta sexta-feira, 12 de agosto de 2016, noticia que a Repsol decidiu adiar o furo à procura de gás natural na costa do Algarve, sem marcar nova data.
"O projecto de pesquisa está em processo de revisão, não havendo nesta altura data fixada para a perfuração", disse fonte oficial da Repsol Portugal ao jornal. A empresa tinha planeado fazer o furo em outubro.
O jornal destaca que o movimento que se criou contra a exploração de petróleo nas costas do Algarve e do Alentejo foram decisivas para o adiamento dos projetos da Galp e da Repsol. “Efeito Sousa Cintra minou projectos da Galp e Repsol” realça o jornal, lembrando as mais de dez mil pessoas que, na consulta sobre o furo da Galp, subscreveram pareceres contrários, os movimentos de cidadania que se constituíram e a posição assumida por 16 municípios algarvios que avançaram com providências cautelares.
Segundo o Negócios, as duas petrolíferas poderão perder os dez milhões de euros que pagaram em cauções ao Estado português, cinco milhões do consórcio Eni/Galp e outro tanto do consórcio Repsol/Partex.
O jornal refere ainda que Portugal é considerado uma área de nova fronteira, com os peritos a estimarem que existe uma probabilidade de 10% a 15% de Portugal ter petróleo.
Recorde-se que a Galp decidiu, no final de julho passado, adiar a perfuração na costa alentejana. Na altura, a associação ambientalista Zero congratulou-se com o facto e considerou que o governo tem agora tempo para o “cancelamento total das iniciativas em curso”.
“Terminar todos os contratos em vigor”
A associação ambientalista Zero congratula-se com a decisão do consórcio Repsol/Partex de adiar furo e apela:
"O Governo deve usar esta oportunidade para definitivamente, e em linha com o desenvolvimento de uma economia assente no uso de energias renováveis e de baixo carbono, terminar todos os contratos em vigor".
Segundo a Lusa, a associação recorda os adiamentos e reavaliações dos projetos dos dois consórcios ENI/Galp e Repsol/Partex em relação à exploração no oceano de petróleo e gás, respetivamente, e as dúvidas processuais que continuam a existir relativamente à exploração em terra pela Portfuel.
A Zero enviou, no final de julho passado, uma queixa à Comissão Europeia contra o Estado português por incorreta transposição da legislação europeia sobre segurança associada às fases de pesquisa, prospeção e exploração de hidrocarbonetos, nomeadamente pelo facto de vários dos contratos em vigor terem quase uma década e não haver uma aplicação retroativa das exigências atuais.
Mais sobre Petróleo em Portugal
Notícia atualizada com a posição da Zero, às 15.05 de 12 de agosto de 2016
Add new comment