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Petição pela despenalização da morte assistida vai ser entregue no parlamento

A petição que já recolheu mais de 8.000 assinaturas vai ser entregue na Assembleia da República, anunciou João Semedo da comissão coordenadora do movimento “Direito a morrer com dignidade”.

João Semedo declarou à agência Lusa que a petição para a Despenalização da Morte Assistida já recolheu mais de 8.000 assinaturas. Só na internet, a petição já foi subscrita por 7.860 pessoas.

Ao esquerda.net, João Semedo esclareceu que, sobre a entrega declarou: "na próxima semana vamos começar a tratar disso, começando por acertar uma data com o presidente da Assembleia da República".

O Movimento Cívico para a Despenalização da Morte Assistida efetuou, neste sábado, a sua primeira ação pública na Escola Secundária Pedro Nunes, em Lisboa.

Segundo a Lusa, a atriz Fernanda Lapa, que abriu os trabalhos da sessão, salientou que o movimento é “apartidário”, que a ele “pertence quem tem fé e os que não têm fé”, pediu apoio financeiro às atividades do movimento, que “não tem fundos próprios, nem apoios públicos ou privados”, e informou que outras sessões se seguirão em diferentes capitais de distrito.

A Lusa destaca que, na sessão, o pediatra Jaime Teixeira Mendes lembrou que os médicos fazem o Juramento de Hipócrates (460-370 antes de Cristo), salientando que naquele tempo havia eutanásia, nomeadamente através da ingestão de cicuta. O pediatra afirmou que nas faculdades de medicina os futuros não são preparados para enfrentar a questão da morte assistida e disse que, atualmente, “são treinados para a obsessão terapêutica”.

João Ribeiro Santos, da comissão coordenadora do movimento, referiu as legislações já existentes no sentido de despenalização da morte assistida, na Bélgica, Holanda e Luxemburgo, monarquias que fazem parte da União Europeia e estiveram na sua fundação.

João Semedo anunciou a realização de um seminário, a agendar, que reúna, médicos, enfermeiros, filósofos, e outras personalidades ligadas a esta temática, para “um debate sério, aberto e o mais amplo possível”.

De acordo com o texto da petição, “a Morte Assistida consiste no ato de, em resposta a um pedido do próprio – informado, consciente e reiterado – antecipar ou abreviar a morte de doentes em grande sofrimento e sem esperança de cura”.

Artigo alterado no domingo, 3 de abril de 2016, às 16.13.

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