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Petição exige reversão do fecho de serviços públicos

A União dos Sindicatos de Viseu vai entregar no Parlamento uma petição com mais de quatro mil assinaturas, onde solicita que sejam tomadas medidas para reverter o encerramento de serviços públicos.
O encerramento de serviços públicos tem levado à desertificação do interior. Foto de Paulete Matos
O encerramento de serviços públicos tem levado à desertificação do interior. Foto de Paulete Matos

A petição que será entregue na próxima segunda-feira tem 4426 assinaturas que começaram a ser recolhidas no passado mês de abril e visa, segundo o coordenador da União de Sindicatos de Viseu, João Serra, “espoletar a discussão em torno da necessidade de haver um retrocesso nas das políticas de encerramento e austeridade que afetaram bastante o interior do nosso país".

"Procurámos que a população se pudesse aperceber do que estávamos a apresentar e que se revisse nestas reivindicações, que passam por reclamar a reabertura de serviços públicos que foram encerrados no interior do país, desde a área das finanças, passando pela saúde e educação", disse à Lusa aquele responsável sindical.

Para João Serra, a petição serve ainda para chamar a atenção para alguns problemas da região de Viseu, como a questão das acessibilidades, transportes ferroviários ou portagens nas autoestradas.

Nesse sentido reafirmou a sua defesa na “redução do custo das portagens ou mesmo a sua eliminação” uma vez que “prejudicam o desenvolvimento da economia do interior do país, afetando a população em geral, mas também as empresas".

"As políticas dos últimos governos conduziram ao encerramento de muitos serviços públicos no distrito de Viseu. O encerramento de escolas obriga milhares de crianças a deslocações irracionais e penosas", declarou João Serra.

Combater a desertificação

Perante este quadro, os subscritores da petição propõem que o executivo e a Assembleia da República "assumam medidas concretas que combatam a desertificação do interior do país, nomeadamente fazendo reverter decisões de encerramento de serviços públicos, e que assumam orientações que contribuam para o seu desenvolvimento e para a correção de assimetrias regionais”.

Por outro lado, o texto refere ainda que o desmantelamento de serviços de saúde de proximidade afastou muitos cidadãos de cuidados essenciais de saúde, colocando em rutura as urgências dos hospitais.

"As populações viram a justiça ficar mais distante com o encerramento dos tribunais. Serviços do Estado na área da agricultura foram também encerrados ou deslocalizados, criando ainda mais dificuldades aos pequenos e médios agricultores e às suas famílias", disse João Costa.

Refira-se que um levantamento realizado pela agência Lusa em 2012 e  noticiado pelo esquerda.net revelou que mais de quatro mil serviços públicos fecharam desde 2000 em Portugal e os distritos de Viseu e de Vila Real foram os que mais perderam escolas e correios.

Desde o início deste século, Viseu perdeu um total de 480 serviços públicos, entre 443 escolas, 15 postos de correios, 11 extensões de saúde e 1 bloco de partos.

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