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Perda de gelo aumenta para níveis recorde

Um estudo da Universidade de Leeds confirma os “piores cenários” traçados. O degelo aumenta o nível do mar e, por cada centímetro que este suba, cerca de um milhão de pessoas que vivem em zonas costeira serão diretamente afetadas.
Derretimento das camadas de gelo. Foto de NASA Goddard Space Flight Center/Flickr.
Derretimento das camadas de gelo. Foto de NASA Goddard Space Flight Center/Flickr.

Foi publicado esta segunda-feira um estudo na revista científica The Cryosphere que confirma, através do levantamento de dados de satélite, que os “piores cenários” científicos se estão viver com um aumento da perda de gelo em níveis recorde.

Segundo os cientistas, a Terra perdeu 28 biliões de toneladas de gelo entre 1994 e 2017, o que é estimado como sendo equivalente a uma camada de 100 metros de espessura que cobrisse todo o Reino Unido.

E este degelo está a aumentar de intensidade: era de 0,8 biliões de toneladas por ano nos anos 1990. Em 2017, data a que se referem os últimos dados tratados, já era de 1,3 biliões de toneladas por ano. Trata-se um crescimento de 65% em 23 anos.

O principal responsável é, claro, o aumento da temperatura. O aumento da temperatura atmosférica é apontado como o principal fator de redução do gelo no Ártico e glaciares de montanha. Já o aumento da temperatura do mar tem sido mais impactante na Antártica.

À página da sua universidade, os autores explicam o que descobriram. Thomas Slater, investigador no Centro de Observação Polar e Modelação, alerta que o degelo poderá causar aumento do nível do mar, o que teria "impactos muito sérios nas comunidades costeiras neste século". Nos glaciares das montanhas perderam-se 6,5 biliões de toneladas de gelo, na Gronelândia 3,8 e no Antártico 2,5, o que, somado, levou a um aumento do nível do mar de 35 milímetros. As estimativas científicas, sublinha-se, são para que a cada centímetro que o mar suba, perto de um milhão de pessoas ficam em risco de terem de abandonar as zonas costeiras em que vivem.

Slater diz ainda que as perdas na Antártica e Gronelândia são as que mais aceleraram. As camadas de gelo estão agora “nos piores cenários de aquecimento do clima colocados pelo Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas”. O autor defende que o seu estudo “é o primeiro a combinar estes esforços [de utilizar satélites para monitorizar as regiões mais inóspitas] e a olhar para todo o gelo que está a ser perdido em todo o planeta”.

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