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Parlamento espanhol volta a chumbar governo PSOE/Ciudadanos

Pedro Sánchez voltou a falhar a investidura para presidente do Governo de Espanha na segunda votação, obtendo 131 votos a favor e 219 contra. Pablo Iglesias desafia o líder do PSOE a voltar à mesa das negociações. “Ainda é possível um Governo de mudança e progressista”, destacou.
Foto do Portal GDA, Flickr.

Pedro Sánchez tornou-se esta sexta-feira o primeiro político na história da democracia espanhola desde 1979 a não conseguir os votos necessários para assegurar a investidura para presidente do Governo de Espanha. Se até 3 de maio este impasse não for resolvido, serão automaticamente convocadas eleições para 26 de junho, situação inédita desde a entrada em vigor da Constituição de 1978.

Na votação que teve lugar esta noite, o líder do PSOE reuniu 131 apoios (89 do PSOE, 40 do Ciudadanos, um do Nueva Canarias e outro da Coalición Canaria). Sánchez apenas conseguiu somar mais um voto face à primeira votação: o da deputada da Coalición Canaria, Ana Oramas, que passou da abstenção para o "sim". 

Reagindo ao resultado da votação, Pedro Sánchez acusou Pablo Iglesias de “trair os milhões de eleitores do Podemos que votaram pela mudança" e de ser o responsável último por Mariano Rajoy continuar a ser presidente do atual governo em funções".

“A partir desta noite podemos trabalhar para que haja um governo de mudança”

Pablo Iglesias surpreendeu o Parlamento ao começar a sua intervenção com uma referência ao seu beijo a Xavier Domènech, da coligação En Comú. "Pedro, só faltamos nós”, avançou o líder do Podemos, destacando que espera que, após esta noite, seja possível chegar a um acordo a que se possa chamar “o acordo do beijo".

“A partir desta noite podemos trabalhar para que haja um governo de mudança”, referiu Iglesias.

“Eu sei que não faz parte do seu melhor sonho governar comigo, e também não faz parte dos meus, nem dos de Garzón ou Oltra, governar consigo”, avançou Pablo Iglesias, desafiando Pedro Sánchez a dialogar com o Podemos, Compromís, Izquierda Unida, Esquerda Republicana Catalã (ERC), Partido Nacionalista Basco (PNV). “Sei que não é fácil, mas a nossa mão continua estendida”, vincou.

O líder do Podemos afirmou que a possibilidade de um acordo entre o PSOE e estes partidos preocupa Rajoy e as oligarquias espanholas, defendendo que “ainda é possível um Governo de mudança e progressista”, no qual “as decisões serão tomadas conjuntamente”.

"Não somos os inimigos”

"Não somos os inimigos, somos possíveis aliados se o PSOE escolher a via da esquerda", afirmou, por sua vez, Alberto Garzón, da Esquerda Unida/Unidade Popular (IU-UP).

Lembrando que o PSOE assumiu que “o Ciudadanos é a nova direita”, Gárzon vincou: “Não entendemos a sua estratégia".

"Só pedimos uma mesa a quatro para nos reunirmos, esse é o caminho”, avançou o representante da IU, salientando que essa é a “vontade da maioria da cidadania”.

"O revés de hoje não será um falhanço, será sim uma excelente oportunidade"

Joan Baldoví, do Compromís, disse que "os valencianos precisam de um governo amigo em Madrid, mas não a qualquer preço".

"Temos de nos sentar para chegar a um novo acordo. O revés de hoje não será um falhanço, será sim uma excelente oportunidade: é possível a mudança”, rematou.

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