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Parlamento açoriano aprova fim do abate de animais saudáveis

Na passada terça-feira foi aprovada na Assembleia Regional dos Açores por unanimidade a proibição de abater animais de companhia e errantes saudáveis nos canis. Esta região autónoma junta-se assim ao resto do país, onde a medida já está a ser implementada há cinco anos.
As propostas apresentadas pelo Bloco de Esquerda e pelo PAN tinham como objetivo antecipar uma proibição que tinha sido aprovada em 2016 mas que continha uma moratória de seis anos.
Depois de “várias tentativas” para mudar a lei ao longo dos últimos cinco anos, a deputada regional Alexandra Manes, recebeu esta votação “com alegria” por ver “finalmente esta câmara unida pela causa animal” e por a aprovação ir “proteger a vida de muitos animais”. Para ela, o dia da aprovação foi “um dia especial, o dia em que finalmente há uma maioria no parlamento dos Açores para acabar com esta prática desumana”.
Contudo, não deixou de salientar igualmente que “há ainda um caminho a fazer na defesa dos direitos dos animais e no apoio a quem se dedica diariamente a esta causa” e que “o Bloco de Esquerda está pronto para percorrer este caminho e espera que também noutras questões do bem-estar animal a atual composição deste parlamento permita avanços importantes”.
Também em reação à votação, Jorge Cid, bastonário da Ordem dos Veterinários declarou à Lusa que a decisão mostra que há “um consenso generalizado no país todo” sobre abate dos animais de companhia e errantes, instando para que estas medidas sejam acompanhadas por programas que terminem com o abandono animal. Portanto, o representante dos veterinários considera a medida “bastante positiva” mas alerta que “tem de vir acompanhada de outras que permitam que esta acabe por ter uma eficácia real e não um descontrolo e um descalabro, como aconteceu aqui no continente, porque, enfim, foi tomada uma lei que todos nós concordamos, mas não foi acompanhada de outras situações e de outras estruturas”.
O descontrolo de que fala diz respeito aos números do abandono de animais em Portugal que situa entre 30.000 a 50.000 por ano. Para fazer face a esse descontrolo, Jorge Cid recorda as posições preconizadas pela Ordem dos Veterinários: “fazer um levantamento nacional de todos os animais que estão alojados em associações, abrigos, Centro de Recolha Oficial, depois tem de se ‘microchipá-los’, tem de se fazer campanhas maciças e integradas de esterilizações”.
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