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Paraguai: comunidade indígena desalojada por paramilitares brasileiros
Pertencem à etnia ava guaraní chiripá e viviam em Takua'i, perto do rio Piraty, a cerca de um quilómetro da fronteiro com o Brasil. A 28 de outubro, despertaram a meio da noite quando um grupo de cinquenta homens vestidos de negro, com máscaras e a falar português invadiu a sua comunidade e os expulsou das suas casas. Alguns deles foram torturados.
Dois meses antes, Isidoro Barrios, um indígena estudante de antropologia, de 27 anos, tinha sido raptado e executado.
Acampados há três meses em Asunción, deslocaram-se para Praça de Armas, em frente ao Congresso, para melhor fazer ouvir a sua reivindicação de direito ao regresso às suas terras: “o governo tem a responsabilidade de garantir a nossa cultura” exige um dos acampados, Derlis López, ao jornal El País. “Não queremos que se derrame mais sangue indígena”, acrescenta.
Na semana passada, depois de uma espera de três meses, foram finalmente recebidos pelo Presidente do Instituo Nacional de Desenvolvimento Rural e da Terra (Indert), Horacio Torres. Tiveram de bloquear pacificamente a entrada do organismo para isso ter acontecido. E obtiveram apenas a promessa vaga de que o dirigente governamental visitará a zona.
O estado paraguaio reconhece desde 1981 mil hectares de terra como pertencendo aos índios chiripá. Uma ínfima parte de um território que este povo ocupou no passado e que se estendia desde o sul do Brasil, à Bolívia e ao norte da Argentina. É uma zona de natureza originária cercada de milhares de hectares de campos de soja e pasto para gado. Por isso, os chiripá suspeitam que os grandes terratenentes produtores de soja, Fabio Sequeira Fernandez e Karina Correa Riveros, terratenientes productores de soja de la zona, estejam por detrás do ataque.
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