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“Para a direita, o privilégio dos mais ricos é a natureza da política”, afirma Catarina

A porta-voz do Bloco salientou que “na nova maioria que há hoje na AR há um compromisso que une forças políticas que são diferentes” e acusou a direita de não conhecer o acordo. Catarina Martins congratulou-se também com a aprovação dos projetos de lei sobre a despenalização do aborto e a adoção por casais do mesmo sexo.
"O dia de hoje prova que o Bloco é um partido capaz de sarar fraturas na sociedade porque quando se conquista igualdade, a nossa sociedade fica seguramente muito melhor” afirmou Catarina Martins na Maia

Catarina Martins interveio nesta sexta-feira, 20 de novembro, num jantar promovido pela concelhia do Bloco de Esquerda na Maia.

Direita não conhece o acordo”

“Quando Pedro Passos Coelho dizia que até à data só vê no acordo [de esquerda] medidas que agravam a despesa, eu acho que ficam duas coisas claras: primeiro, é que a direita não conhece o acordo; segunda, é que, para a direita, o privilégio dos mais ricos é a natureza da política, quando chega às pessoas tudo é despesa”, afirmou Catarina Martins, criticando as declarações do ainda primeiro-ministro em entrevista à RTP.

Catarina Martins sublinhou também que este não é o momento “mais adequado” para a direita falar de “estabilidade ou consistência”, pois “na campanha eleitoral prometia a devolução de 35% da sobretaxa e agora afinal é zero por cento”.

“Vemos também a direita muito preocupada porque considera que o facto de o PR poder ter um governo suportado à esquerda pode criar problemas orçamentais e de défice complicados ao país. Talvez não se lembrem que não cumpriram uma única meta do défice e que a dívida mais que triplicou em relação ao que estava previsto nestes quatro anos”, criticou ainda a porta-voz do Bloco.

Compromisso que une forças políticas que são diferentes”

Catarina Martins realçou que “na nova maioria que há hoje na Assembleia da República há um compromisso que une forças políticas que são diferentes”.

“Nada de pior faríamos ao país que esconder essas diferenças, mas assumimos a responsabilidade de dar corpo ao que foi o resultado eleitoral”, disse Catarina Martins sublinhando que o acordo “é capaz de fazer mudanças concretas na vida das pessoas”.

“Não há ninguém que não tenha a certeza que o Bloco de Esquerda cumprirá este acordo e é por isso que este acordo pode ser estável e durar toda uma legislatura”, afirmou ainda Catarina Martins e sublinhou: “Nunca faltaremos a essa responsabilidade e à estabilidade de uma solução assim porque ela reside na estabilidade da vida das pessoas e é essa que conta em primeiro lugar”.

"O Bloco é um partido capaz de sarar fraturas na sociedade”

Na sua intervenção na Maia, Catarina Martins destacou também a aprovação no parlamento dos primeiros projetos de lei apresentados pelo Bloco e sublinhou:

“Muitas vezes disseram que o Bloco de Esquerda era um partido de causas fraturantes. O dia de hoje prova que o Bloco é um partido capaz de sarar fraturas na sociedade porque quando se conquista igualdade, a nossa sociedade fica seguramente muito melhor”.

A porta-voz do Bloco, logo do início da sua intervenção, destacou, segundo a Lusa:

“Hoje é um dia especial, hoje é o dia em que foram votados os primeiros projetos de lei na Assembleia da República e em que ficou provado que existe uma maioria que responde pela dignidade das pessoas do nosso país”.

Sobre a revogação da lei da direita sobre o aborto, Catarina Martins apontou que o objetivo da direita com as alterações que tinha feito em julho passado à lei “era obrigar as mulheres a declararem na secretaria que tinham feito uma interrupção voluntária da gravidez e os motivos por que o tinham feito” e salientou que a lei da direita “nunca foi sobre taxas moderadoras, foi sempre sobre humilhação e castigo das mulheres que decidissem fazer uma interrupção voluntária da gravidez”.

Catarina Martins destacou também a aprovação da adoção por casais do mesmo sexo, que permitiu pôr “fim a que o preconceito fosse mais forte que os interesses das crianças” sendo ainda um passo em nome das crianças já em famílias concretas “e cujos direitos não são reconhecidos por uma lei atrasada e que cria uma fratura na sociedade”.

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