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País entende mal que anterior Governo tenha sido tão negligente com transferências para offshores

Durante uma visita ao mercado de Estremoz Catarina Martins sublinhou que, “num país em que quem vive do seu trabalho paga tantos impostos, não se entende que tão facilmente quem tem milhões possa fugir com eles para offshores”.
Foto de Nuno Veiga, Lusa.

“Os secretários de Estado dos Assuntos Fiscais do anterior Governo e deste Governo vão ser ouvidos no Parlamento. Esse é o primeiro passo para compreendermos o que é que aconteceu”, sublinhou a coordenadora bloquista em declarações aos jornalistas.

“Todo o país entende mal que o anterior governo, que foi tão forte com os pequenos contribuintes - e quem é que não se lembra de histórias dramáticas como uma casa de família penhorada por uma dívida de imposto automóvel de 100 euros - tenha sido tão negligente com transferências para offshores”, sinalizou Catarina Martins.

Segundo a dirigente do Bloco, “isso provoca a perplexidade e o sentimento de injustiça das pessoas e deve ser esclarecido”.

“Mas não vamos tirar conclusões antes do tempo. Queremos ouvir os dois secretários de estado e anterior e o atual e, depois de os ouvirmos, veremos os passos a dar”, ressalvou a deputada.

Para o Bloco, “exige-se o cumprimento de todas as exigências legais no que respeita a offshores, ao contrário do que o anterior governo fez”. Mas os bloquistas defendem que “devemos ir muito mais longe”, pelo que têm defendido “alterações fiscais para lutar contra a evasão e o envio de dinheiro para offshores”.

“Num país em que quem vive do seu trabalho paga tantos impostos, não se entende que tão facilmente quem tem milhões possa fugir com eles para offshores”, rematou Catarina Martins.

“Bloco é solidário com todos aqueles em Angola que querem uma democracia”

Durante a visita ao mercado de Estremoz, que contou ainda com a presença do deputado bloquista Jorge Falcato, Catarina Martins foi abordada pelos jornalistas sobre a “retaliação de Angola por Manuel Vicente ter sido constituído arguido”.

A coordenadora do Bloco destacou que “Portugal é uma democracia, é um Estado de direito, em que há separação entre o poder judicial e o poder político e isto nunca pode ser posto em causa”.

“Julgo que em Angola isto não é claro, e isso é um problema. E é um problema sobretudo para o povo angolano, e o Bloco de Esquerda é solidário com todos aqueles em Angola que querem uma democracia”, assinalou.

A dirigente bloquista frisou ainda que “nenhum interesse de negócios pode levar a que Portugal ceda na persecução da justiça e na independência do poder judicial ao poder político”.

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