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Oxfam denuncia desigualdade “incontrolável” no mundo

A organização internacional de combate à pobreza sublinha que a desigualdade não é inevitável mas é uma escolha política. Num relatório apresentado em Davos esta segunda-feira mostra que as grandes fortunas continuam a crescer e os pobres a ficar mais pobres.
Foto de Amir Farshad Ebrahimi/Flickr

A Oxfam afirma que a desigualdade social está “incontrolável”, o que prejudica sobretudo as mulheres. A confederação de luta contra a pobreza antecipou o Fórum de Davos apresentando dados sobre este problema. No último ano, a riqueza das fortunas bilionárias aumentou em 12%, ou seja 2,5 biliões de dólares por dia, enquanto que as 3,8 biliões de pessoas que ganham menos viram os seus rendimentos diminuídos em 11%. O número de bilonários quase duplicou desde a crise financeira de 2008.

Winnie Byanyima, diretora executiva da Oxfam Internacional, em entrevista publicada no jornal francês Libération, considerou que a situação “não é inevitável”, classificando-a como “inaceitável”. Isto porque os cálculos da organização apontam para que os impostos sobre os mais ricos e as grandes empresas multinacionais tenham descido para os níveis mais baixos em décadas.

É por isso que o Comité de Oxford de Combate à Fome defende um sistema de impostos mais justo, com uma taxação mais forte da propriedade e das heranças. Ilustrando esta necessidade com exemplos simples: aumentar em 0,5% a taxação dos 1% mais ricos, que concentram 45,6% das riquezas produzidas num ano, permitiria educar as 262 milhões de crianças que não têm acesso à escola e fazer aceder 3,3 milhões de pessoas a um sistema de saúde.

Apesar das políticas que continuam a ser seguidas pelos defensores de Davos, e de considerar que “as desigualdades são uma escolha política”, Byanyima defende que a sua organização continue a participar no Fórum Económico Mundial para “lembrar a estes líderes que se comprometeram; agora é preciso ação.” Acrescenta ainda que existe, por parte deles, uma “incapacidade de conceber um outro modelo alternativo ao neoliberalismo”, considerando que este modelo económico “não funciona para a maioria mas apenas para alguns privilegiados.” Pelo contrário, “é crucial investir nos serviços de base para reduzir o fosso entre mais ricos e mais pobres, homens e mulheres” construindo “uma economia mais humana, em que os mais ricos contribuam mais para a justiça fiscal, em que os salários normais dêem para viver”.

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