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Orçamento de Estado confirma fim do empobrecimento

O acordo negociado entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista para a viabilização do governo PS elencava várias medidas no sentido de repor rendimentos de trabalhadores e pensionistas, impedir novas privatizações e defender os serviços públicos.
Mais de 1000 milhões de euros devolvidos a trabalhadores e pensionistas
Algumas dessas medidas foram entretanto aprovadas e esta proposta de Orçamento de Estado respeita o seu impacto nas contas públicas. É o caso do descongelamento de pensões e a garantia de não haver cortes nominais, do aumento do salário mínimo ou da redução da sobretaxa de IRS – isenção total para o 1º escalão, e redução para 1%, 1,75% e 2,8% para os 2º, 3º e 4º escalões, respetivamente.
A reposição dos salários da Função Pública ao longo do ano, bem como dos complementos de pensões cortados aos trabalhadores do setor empresarial do Estado, sobretudo nos transportes, a reposição de quatro feriados e das 35 horas na função pública no segundo semestre de 2016, o fim do regime de mobilidade especial e a integração dos trabalhadores da Segurança Social em risco de despedimento são outras das medidas já aprovadas que o Orçamento concretiza.
No capítulo do combate à precariedade na Ciência, outro dos pontos presentes no acordo com o Bloco, o OE2016 prevê a contratação de 400 investigadores doutorados - 100 por trimestre - para as unidades de investigação das universidades e laboratórios públicos.
Contas feitas, o OE’2016 põe no bolso de quem trabalha mais de 1000 milhões de euros só com estas três medidas: reposição de salários, redução da sobretaxa do IRS e descongelamento de pensões.
Fundos imobiliários perdem isenção de IMI
As medidas inscritas no orçamento a partir do acordo político subscrito em novembro vêm mexer em vários impostos: no IVA, a taxa praticada na restauração é reduzida de 23% para 13% a partir de julho (excluindo bebidas alcoólicas e refrigerantes). No IRC, baixa para cinco anos o período em que as empresas podem abater prejuízos no imposto, repondo o regime em vigor até 2010. E é revertido para o limite mínimo de 10% de participação social o acesso à isenção fiscal do regime de “participation exemption”. No IRS, vai aumentar a dedução automática por cada dependente descendente (de 350 para 550 euros) e ascendente (de 300 para 525 euros), terminando o quociente familiar introduzido por PSD e CDS.
A nova cláusula de salvaguarda no IMI limita o aumento anual do imposto a 75 euros ou a um terço do aumento total. E foi finalmente consagrada uma velha proposta do Bloco, sempre chumbada no parlamento e que tinha ficado fora do acordo: o fim da isenção aos fundos imobiliários, que estava fixada na lei em 50% do IMI.
Acesso à saúde com menos taxas moderadoras
A partir da aprovação deste Orçamento, há novas isenções para taxas moderadoras nos cuidados de saúde primários e hospitalares e acabam as taxas moderadoras no hospital de dia. Volta o acesso gratuito para bombeiros, dadores benévolos de sangue e de células, tecidos e órgãos.
A dispensa de taxas nas consultas e nos atos complementares prescritos alargam-se a portadores de doenças neurológicas degenerativas e desmielinizantes, distrofias musculares, deficiências congénitas de fatores de coagulação, VIH/SIDA e diabetes. Tratamento e seguimento de doença oncológica, dor crónica e saúde mental também dispensam taxa moderadora.
Para a generalidade da população, será também isenta de taxa moderadora a primeira consulta de especialidade hospitalar, com referenciação pela rede de prestação de cuidados de saúde primários. E quem seja encaminhado para as urgências pela Linha Saúde 24, INEM ou pela rede de prestação de cuidados de saúde primários, também deixa de pagar taxa moderadora.
Banca vai pagar mais imposto de selo
O OE’2016 traz outras novidades. O setor bancário será taxado através do fim da isenção de imposto de selo em operações de reporte de valores mobiliários e do agravamento da taxa deste imposto sobre o crédito ao consumo. Os bancos deverão ainda reforçar a sua contribuição para o fundo de resolução bancária.
Os impostos sobre o tabaco, os produtos petrolíferos e a venda de veículos irão aumentar este ano, bem como o IVA sobre alguns produtos, que perdem a taxa reduzida de 6%: produtos da indústria panificadora excetuando o pão (gressinos, pão de leite, tostas) e serviços de transporte, manutenção e aluguer de máquinas para a agricultura.
Comments
impostos substituidos em dobro por taxas e taxinhas
Espanha ficou satisfeitissima com OE Tuga, receitas sobem e quem paga são os Portugueses, brilhante ideia solidaria de Costa !!
Os revendedores de combustíveis junto fronteiras que mudem de vida que o Costa não gosta deles,
Com uma diferença > a 30Cent€/litro quem não vai aproveitar para ir comparar caramelos a Espanha e abastecer o carritlo?.
É para atestar de demagogia, sff...
no dia em que a política orçamental for ditada pelos revendedores de combustíveis do Caia e Vilar Formoso, estamos bem arranjados...
Aumento de combustíveis e vida digna par os mais carenciados???
A dupla Centeno e A.Costa, estão de parabéns!
Realmente, não há nada menlor do que se aproveitar o passeio e ir a Espanha, à gasolineira que fique mais próxima da nossa residência, abastecer o meio de transporte de combustível e, já que estamos lá, comprar tabaco e ir ao Froiz ou a outro híper ou supermercado e abastecer a nossa despensa e arca congeladora para um mês ou 15 dias. Vai valer a pena!
Quanto ao aumento dos reformados, para com ele poderem ter uma vida mais digna, muito obrigada, senhores do PS e esquerda radical. Como "palavra dada é palavra honrada"...na realidade os reformados tiveram um aumento, não para ter uma vida digna mas, somente para o governo poder dizer que "deu"....com muita falta de dignidade e respeito pelos idosos e reformados! O adjectivo "digno", não deverá ter o mesmo significado para o governo, como tal e qual a língua portuguesa o interpreta. E é essa minha dignidade, que não me permite receber esmolas ( 2,62 €), de um governo e seus acordantes que, em campanha eleitoral, disseram uma coisa e estão a fazer outra. Ou seja:-Se uma pessoa não tem uma vida digna, não é, concerteza, com o aumento acima indicado que recebeu na sua pensão, que a poderá ter! Muito, mas muito maior, foi o aumento que receberam esses reformados em 2015, pela mão do governo do srs. dr. Pedro Passos Coelho/dr. Paulo Portas e sem o grande alarde que agora anda este governo a fazer. Apoio incondicional à srª Merkel, que elogiou o anterior governo, por ter conseguido suprir todos os obstáculos de uma bancarrota legada pelo governo PS de Sócrates e, com muita determinação conseguiu um trabalho extraordinário que, este governo, usurpando o poder não o permitiu continuar.
O sr. Costa, está a colher os frutos dessa determinação e sacrifícios de todos os portugueses, ao esbanjar com medidas simplesmente eleitoralistas, sem sequer pensar, que a sua maneira de governar, já destruiu o legado que a anterior governação lhe deixou, e poderá a curto ou médio prazo, obrigar Portugal a ter de pedir outro resgate...
Impostos indiretox
Curioso ver como a questão do aumento brutal dos impostos indiretos mereceu umas meras três linhas no fim do artigo sob o sub-título "Banca vai pagar mais imposto de selo". Um exemplo clarissimo de como se vira a página da asuteridade.
Aumento brutal dos impostos
Aumento brutal dos impostos indiretos??? Deve estar a falar do imposto sobre os combustíveis que põe o litro de gasolina ao preço que estava no início de janeiro... Depois da rábula de quererem governar à força por direito divino, a direita mostra que a falta de vergonha não conhece limites.
Onde está a igualdade??
Eu penso que isto só piorou porque estão a impor impostos não sobre os rendimentos de quem mais ganha mas sim sobre todos inclusive sobrecarregando as empresas com os impostos sobre os combustíveis em que agora que desceu um bocadinho e será que isto não se repercute nos preços finais?? Porra que vao atrás dos ricos e vejam a corrupção que andam atrás do grandes negócios ou quem tem de pagar sempre tudo é o zé povinho. Está esquerda está a ser uma desilusão e bloco de esquerda ta a perder votos a olhos vistos. Vao taxar os ricos.
O Orçamento devia taxar ainda
O Orçamento devia taxar ainda mais o 1% de milionários, a banca, proprietários de edifícios devolutos e de terrenos ao abandono. Mas você estava mesmo à espera que um governo do PS o fizesse?
Agora vamos ver quem manda...
Finalmente temos uma proposta de orçamento! Vale o que vale. Agora resta-nos esperar para ver o que é que o BE (e o PCP e VERDES) vão fazer aprovar durante a discução do OE no parlamento. Pessoalmente, estou convencido de que não farão coisa alguma, pois faze-lo seria quebrar o acordo que colocou o PS no governo. Portanto, antevejo que o OE seja aprovado e entre em vigor no dia 1 de Abril (dias das mentiras!!!). Ou será que estou enganado e o BE nos vai surpreender?
importante mesmo
importante mesmo
Igualdade inscrita na Constituição
O Ministro das Finanças esclarece: classe média é quem ganha 900€ aos 1100€/mês ilíquidos.
Quem ganhar 2000€/mês ilíqudios é para o governo um privilegiado/rico.
Consultando os vencimentos dos Deputados de Portugal não compreendo a razão para terem salários mensais acima de ricos (3341,96€), e abonos mensais (isentos de impostos) de 341.46€. Ministros e Primeiro-Ministros têm salários e abonos (isentos de impostos) muito superiores.
Um país falido e com uma dívida pública tão elevada em que são pedidos todos os anos, aos contribuintes que pagam impostos, sacrifícios excepcionais, em cima dos sacrificios excepcionais dos anos anteriores (como tem sido dito e repetido pelos nossos governantes de todos os partidos), não pode dar-se ao luxo de ter Deputados, Ministros, Primeiro-Ministro pagos a preço de super-ricos e com parte substancial do salário isenta de impostos.
Onde está igualdade tão defendida pelo Tribunal Constitucional, PS, PCP e Bloco?
Onde está a justiça tão apregoada pelo Bloco de Esquerda?
Estou confiante que o Bloco de Esquerda vai rapidamente reparar esta injustiça e vergonha nacional e enquadrar os salários dos governantes e deputados no limite dentro da classe média, isto é entre os 900 e 1100€/mês, sem os abusos e desigualdades de receberem abonos e outras benesses, como apoio as deslocações, isentas de impostos.
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