No primeiro dia de 2021, foi divulgado que a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a agência das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR) pediram ao Governo da Bósnia-Herzegovina, que ofereçam alojamento aos 900 migrantes.
Os migrantes e refugiados estão no que resta do campo de Lipa, que ardeu a 30 de dezembro, sem acesso a água potável, sem eletricidade, sem aquecimento, com temperaturas abaixo de zero, em plena pandemia.
Numa nota conjunta, citada pela Lusa, o ACNUR e a OIM alertam que as pessoas estão expostas à hipotermia e sublinham que a situação “se agrava de dia para dia” no meio de um frio invernal.
“Manterem-se expostos à intempérie nessas condições é inaceitável. A falta de uma ação urgente das autoridades torna-se um perigo sério para a segurança e as vidas humanas”, indica a nota.
As duas organizações salientam que a tentativa de transferir os migrantes e refugiados para outros centros de acolhimento tem falhado por recusa das autoridades locais. Durante dois dias, mais de uma dezena de autocarros estiveram junto ao campo que ardeu, prontos a transferir os migrantes, mas na passada quarta-feira, 30 de dezembro, abandonaram o local sem evacuar as pessoas.
O site infomigrants.net referiu em 31 de dezembro que os migrantes passaram cerca de 24 horas fechados nos autocarros, para depois terem de voltar ao que resta do campo de Lipa, devido ao bloqueio político local.
No mesmo dia, voluntários da Cruz vermelha trouxeram refeições para o campo de Lipa, “possivelmente a única refeição que os migrantes terão hoje”, referem no twitter:
Red Cross volunteers have brought meals to the Lipa camp, possibly the only meal the #migrants will have today (VIDEO) https://t.co/XRMZJ9TjtG
— N1english (@N1info) December 31, 2020
Autoridades e cidadãos também se concentraram junto a centros de acolhimento em Bihac e Bradina, para impedir que os migrantes vão para esses centros.
Entretanto, a televisão regional N1 informou que o Governo bósnio decidiu neste primeiro dia de 2021 alojar os migrantes de Lipa no centro de acolhimento de Bihac, apesar da oposição das autoridades locais.