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ONU considera resposta israelita “totalmente desproporcionada”

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos considerou esta sexta-feira que a resposta israelita às manifestações palestinianas foi “totalmente desproporcionada”. Neste sentido, defendeu que houvesse um inquérito internacional independente.
“A ocupação tem de terminar, para que o povo da Palestina possa ser libertado”, insistiu o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos numa sessão que foi convocada para debater a repressão de Israel contra os palestinianos em Gaza. Foto Elma Okic/ONU

“O forte contraste entre o número de vítimas dos dois lados sugere que a resposta foi totalmente desproporcionada”, disse Zeid Ra’ad al-Hussein numa sessão especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU, a decorrer em Genebra.

“As mortes resultaram de um uso ilegal da força. Apoio os apelos de numerosos Estados e de observadores em favor da um inquérito internacional, independente e imparcial”, acrescentou.

Zeid al-Hussein acrescentou ainda que existem “poucas evidências” de que Israel se tenha esforçado para minimizar as baixas durante os protestos palestinianos contra a transferência da embaixada dos Estados Unidos de Telavive para Jerusalém, que ocorreu no dia 15 de maio, segunda-feira, no 70º aniversário de Israel. Em Gaza, cerca de 60 palestinianos morreram, abatidos a tiro, devido à força militar israelita.

Zeid al-Hussein considerou inaceitável este massacre: “As ações de protesto, por si só, não constituíam uma ameaça iminente de morte ou de ferimentos mortais que pudessem justificar o uso de força letal”.

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos instou ainda Israel a pôr fim à ocupação dos territórios palestinianos, onde as pessoas estão “enjauladas em espeluncas desde que nascem até que morrem”.

“A ocupação tem de terminar, para que o povo da Palestina possa ser libertado”, insistiu numa sessão que foi convocada para debater a repressão de Israel contra os palestinianos em Gaza.

Michal Maayan, membro do governo israelita, ao ser perguntada sobre as mortes em Gaza por um jornalista do canal irlandês RTE, afirmou que Israel “não pode pôr todas aquelas pessoas na cadeia”, transformando o massacre num problema logístico. “Estamos a falar de centenas de pessoas que estão a atacar as nossas defesas”, afirmou, referindo-se aos palestinianos que recusam a prisão em Gaza a que Israel os condenou.

Finalmente, garantiu que “o exército não quer matar, apenas demover as pessoas de se moverem”, o que não se verificará se tivermos em conta as inúmeras mortes a tiro, à distância, que incluem bebés e pessoas sem pernas, ou mesmo os vídeos em que soldados israelitas escolhem aleatoriamente uma vítima e riem depois do tiro.

 

 

 

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