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ONU condena Mianmar por ataques a minoria Rohingya
O momento mais dramático aconteceu em agosto de 2017 quando o exército de Mianmar causou a morte de milhares de concidadãos seus da minoria étnica e religiosa Rohingya no Estado de Rakhine e obrigou à fuga de mais de um milhão pessoas para o vizinho Bangladeche. Mas as violações dos direitos humanos deste grupo continuam.
A resolução aprovada esta sexta-feira pela Assembleia Geral das Nações Unidas não é vinculativa, apenas expressa a condenação das “atrocidades cometidas pelas forças armadas e de segurança de Mianmar” e apela ao governo para parar o incentivo ao ódio contra esta e outras minorias.
Validaram-se assim as conclusões de uma missão independente promovida pela ONU que tinha descoberto amplas violações dos direitos humanos, apresentadas por este organismo como “os crimes mais graves sob a lei internacional”.
A resolução teve apenas nove votos contra, 28 abstenções e 134 votos a favor.
O poder de facto no país está nas mãos dos militares e do partido chefiado por Aung San Suu Kyi. Esta, filha do herói da libertação nacional e antiga oposicionista que somou anos de prisão domiciliária, detém oficialmente o cargo de “Conselheira de Estado” mas é de verdade a chefe do governo. Apenas não pode ser Presidente de acordo com a Constituição uma vez que os seus filhos são cidadãos estrangeiros, tal como era o seu falecido marido.
Suu Kyi, que chegou a ser galardoada em 1991 com o prémio Nobel da Paz e que era apresentada como um ícone da luta pelos direitos humanos, negou em audiência no Tribunal Penal Internacional no início deste mês que tivessem sido cometidas tais crime, afirmando que a acusação era “incompleta e incorreta”, alegando ainda que os distúrbios em Rakhine datam desde há séculos, tratando-se apenas de um “conflito armado interno” causado por militantes da minoria que atacam postos do governo. A governante jura que, se tiverem sido cometidos crimes de guerra pelos soldados do seu país estes “serão acusados”.
Mianmar é acusado de genocídio por “pretender destruir os Rohingya enquanto grupo” através de assassínio em massa, violações, incendiando as suas casas “muitas vezes com os habitantes trancados dentro delas”.
O atual governo de Mianmar, país cuja maioria é budista, não considera os Rohingya como cidadãos mas como imigrantes ilegais. Atualmente estima-se que existam cercar de um milhão de refugiados desta etnia no Bangladeche e a situação é crítica, uma vez que muitas pessoas continuam a tentar fugir de Mianmar e o Bangladeche diz que não aceita mais refugiados. Este país tentou mesmo implementar um programa de regresso voluntário dos refugiados mas nem obteve nem uma adesão a este projeto.
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