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ONU: Alertas para eventos climáticos extremos devem chegar a toda a gente

No Dia Mundial da Meteorologia, o secretário-geral da ONU defende um prazo de cinco anos para que toda a população tenha acesso a um sistema de alerta para fenómenos cada vez mais frequentes de tempestades, cheias ou ondas de calor.
Mensgem de Antonio Guterres no Dia Mundial da Meteorologia.

Cerca de um terço da população mundial ainda não tem acesso a um sistema de alerta para a ocorrência de fenómenos climáticos extremos. Em África, a falta dessa cobertura que pode salvar muitas vidas afeta seis em cada dez pessoas.

Para António Guterres, essa situação é inaceitável numa altura em que o relatório dos cientistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas prevê que a frequência e intensidade dos fenómenos climáticos extremos - que incluem tempestades, tsunamis, cheias ou ondas de calor - irão aumentar no futuro próximo, à medida que aumenta também a temperatura média global o nível das águas do mar.

Por essa razão, o secretário-geral da ONU defende que essa cobertura dos sistemas de alerta se alargue a toda a população do planeta num prazo de cinco anos. "Temos de investir na adaptação e na resiliência. E isso inclui a informação que nos permite antecipar tempestades, ondas de calor, cheias e secas", afirmou Guterres, que deseja ver o assunto tratado na próxima COP-27 que se realiza em novembro no Egito.

O anúncio foi feito esta quarta-feira, Dia Mundial da Meteorologia, numa mensagem gravada em que Guterres voltou a defender que "o mundo deve acabar com o vício dos combustíveis fósseis, especialmente do carvão".

O mapa da população sem acesso a estes alertas é um retrato da injustiça da crise climática, sublinha ao Guardian a diretora da ONG Christian Aida. "O facto de as pessoas que nada fizeram para provocar a crise climática continuam a sofrer e até a morrer às mãos dos fenómenos meteorológicos extremos evidencia a cruel injustiça da crise climática", diz Fionna Smyth. Algumas dessas pessoas vivem nas pequenas ilhas-estado que estão ameaçadas de ficar submersas com o agravar da situação.

Segundo o diário britênico, as Nações Unidas estimam em 1.350 milhões de euros o investimento necessário no prazo de cinco anos e espera que o financiamento venha do Banco Mundial e outros bancos de investimento internacionais e das verbas da ajuda ao desenvolvimento dos países ricos. Ou seja, uma gota de água quando comparado aos 12,75 biliões mobilizados pelos países do G20 para o combate aos efeitos da pandemia da covid-19.

Em Portugal, a vigilância meteorológica e a emissão de avisos compete ao IPMA e são emitidos nos casos de vento forte, precipitação forte, queda de neve, trovoada, frio, calor, nevoeiro persistente e agitação marítima

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