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Odemira: Catarina garante luta contra trabalho forçado no “mar de plástico” das estufas

A coordenadora do Bloco de Esquerda acusou o Governo de, com a cumplicidade da autarquia de Odemira, ter criado um “Simplex para licenciar mais plástico” das estufas e criar “cidades de contentores” para os trabalhadores migrantes.
Das seis candidaturas à Câmara Municipal de Odemira, apenas a do Bloco de Esquerda “se opõe inequivocamente ao aumento para o triplo da área de agricultura intensiva em pleno parque natural”, relembra Pedro Gonçalves, na imagem à esquerda de Catarina Martins. Foto esquerda.net.
Das seis candidaturas à Câmara Municipal de Odemira, apenas a do Bloco de Esquerda “se opõe inequivocamente ao aumento para o triplo da área de agricultura intensiva em pleno parque natural”, relembra Pedro Gonçalves, na imagem à esquerda de Catarina Martins. Foto esquerda.net.

Acompanhada pelo candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Odemira, Pedro Gonçalves, Catarina Martins visitou novamente os campos de estufas do concelho onde milhares de trabalhadores migrantes continuam a viver em contentores sobrelotados ao lado de um “mar de plástico” resultante das estufas, que se pôde comprovar com as imagens de um drone em tempo real no local.

A colocação destes contentores nos campos agrícolas foi autorizada pelo próprio Governo, em 2019, e denunciados então pelo Bloco de Esquerda como um atentado aos direitos humanos. Já em 2021, com a crise pandémica, a situação dos trabalhadores migrantes tornou-se um escândalo político à qual o Governo respondeu com uma nova Resolução do Conselho de Ministros (69/2021), onde, ao invés de proibir a utilização dos contentores, reforçou os apoios do Estado para a colocação de novos contentores junto das estufas.

Para Pedro Gonçalves, “a vida e a saúde dos Odemirenses vale mais que os milhões dos senhores dos frutos vermelhos e da agroindustria. O Bloco é o único partido que se opõe ao aumento da área de estufas no concelho de Odemira e que diz claramente que em Odemira nem mais uma estufa sem ser feita uma análise da situação”.

Das seis candidaturas à Câmara Municipal de Odemira, apenas a do Bloco de Esquerda “se opõe inequivocamente ao aumento para o triplo da área de agricultura intensiva em pleno parque natural”, sublinha.

Catarina Martins considera que “quando nós já estamos nesta situação de explosão de gente, de explosão de plástico, de explosão de pesticidas, de falta de água tão dramática, o Governo decide simplificar o processo para triplicar a área de estufas. Temos 1.600 hectares e em pouco tempo pode chegar aos 4.800 hectares”.

De acordo com a coordenadora do Bloco de Esquerda, “com a cumplicidade da autarquia”, o Governo fez aquilo que apelidou de “Simplex para licenciar mais plástico e para criar autênticas cidades de contentores para os trabalhadores que para aqui vêm”.

“O que está previsto neste momento é que se a autarquia em 10 dias não conseguir analisar o processo destas chamadas habitações temporárias, que são contentores, os contentores ficam imediatamente legalizados. Isto é, um Simplex para mais estufas com mais trabalho forçado numa zona em que já há tantos problemas. É verdadeiramente inaceitável”, criticou.

Termos relacionados Autárquicas 2021, Política
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