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“O Serviço Nacional de Saúde precisa de mais gente”

Catarina Martins destaca que o orçamento do estado previa a contratação de mais 8400 profissionais para o SNS e questiona o primeiro-ministro: “o ano vai a mais de meio, a crise é de saúde em primeiro lugar, e a minha pergunta é: quando serão feitas as contratações de profissionais para o SNS?”
Catarina Martins no debate do Estado da Nação
Catarina Martins no debate do Estado da Nação

No debate do Estado da Nação, a coordenadora do Bloco de Esquerda começou por lembrar a situação pandémica, salientando que “a violência dos seus efeitos sociais e económicos encontra explicação também nas condições estruturais do país”. E, sublinhou que “os surtos atingem mais os trabalhadores mais pobres”, que vivem em “casas sobrelotadas” e são obrigados a “penosas deslocações pendulares, porque foram “empurrados para as periferias”.

Catarina Martins recordou também os “10 mil lares, um terço deles ilegais”, num país com mais de 100 mil institucionalizados, “onde os trabalhadores que deles cuidam são precários com salários mínimos”.

Lembrou ainda a “tragédia social dos milhares de precários que logo em março e abril perderam emprego, salário, rendimento e não têm acesso a subsídio de desemprego”, os milhares de trabalhadores em lay-off e o “verdadeiro exército de trabalhadores da primeira linha, que asseguram funções essenciais e que têm salários de miséria”.

“O Estado da Nação é marcado pela imensa fragilidade estrutural da nossa economia e dos nossos serviços públicos, mas também pela imensa força de quem trabalha e assume a responsabilidade de responder à crise”, sublinhou Catarina Martins, para se concentrar no SNS e nos seus trabalhadores, que “têm sido incansáveis” e “só em maio deste ano fizeram mais meio milhão de horas extraordinárias do que no ano anterior”.

Dedicação e generosidade não esconde o problema: o SNS precisa de mais gente”

“A sua enorme dedicação e generosidade não esconde o problema: o SNS precisa de mais gente”, sublinhou Catarina Martins.

A coordenadora bloquista recordou também que o Bloco elegeu o SNS como prioridade no Orçamento do Estado para 2020 e, assim, ele “já previa a contratação de mais 8400 profissionais para o SNS em dois anos”.

“Ora, o ano vai a mais de meio, a crise é de saúde em primeiro lugar, e a minha pergunta é: quando serão feitas as contratações de profissionais para o SNS que já estavam previstas no último Orçamento do Estado?”, perguntou Catarina Martins.

A coordenadora bloquista afirmou que sabe que o governo fez contratações extraordinárias, mas essas “não se confundem com o reforço que já estava aprovado”, porque “as contratações Covid são precárias. 4 meses mais 4 meses. Um absurdo”.

“O Bloco tem insistido: estas contratações devem tornar-se definitivas. Porque não o faz o governo? Acha que se responde ao surto em 4 mais 4 meses? Não é possível. E mesmo que fosse, então e tudo o resto?”, perguntou Catarina Martins, afirmando: “O que acordámos e foi aprovado pelo parlamento no Orçamento do Estado para 2020, foi a contratação de mais 8400 profissionais de saúde para o SNS. Não foram contratos de 4 meses, que nada garantem nem ao SNS nem aos trabalhadores.

“Os trabalhadores do SNS têm sido incansáveis. Mas estão exaustos. Cumprir o que já foi aprovado, contratar profissionais para o SNS, é proteger utentes e profissionais”, sublinhou Catarina Martins.

Quando teremos acesso à auditoria ao Novo Banco?”

A coordenadora do Bloco de Esquerda fez uma segunda pergunta ao primeiro-ministro, António Costa”, sobre a auditoria ao Novo Banco.

“Disse aqui num debate quinzenal (dos tais que o PS considerou inconvenientes) que não haveria injeções no Novo Banco sem que fosse conhecido o resultado da auditoria à gestão dos créditos do banco. Não foi assim, como sabemos. A injeção no Novo Banco avançou mesmo sem auditoria. Não voltarei aos eventuais problemas de comunicação no governo. Mas volto à auditoria. Este é o último debate da sessão legislativa e não há notícia da auditoria”, afirmou Catarina Martins.

E perguntou: “Senhor Primeiro-Ministro,quando teremos acesso à auditoria ao Novo Banco? O governo garantiu que os resultados seriam conhecidos em julho e julho está a acabar.”

Em resposta, o Primeiro-Ministro confirmou que o relatório da auditoria seria entregue até 31 de julho ao parlamento. 

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