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"O governo desvalorizou a segunda vaga da pandemia"

Numa reunião organizada com associações e estruturas representativas do setor cultural, Catarina Martins relembrou que, além de “a sua atividade estar paralisada há nove meses”, o governo “tem feito conta de que não existe segunda vaga da pandemia e que os trabalhadores podem retomar a sua atividade. Isso não é verdade”.
O setor é definido por “extrema precariedade dos vínculos laborais que faz com que na esmagadora maioria dos casos não tenham acesso a subsídio de desemprego”. Simultaneamente, os trabalhadores da cultura “têm de continuar a trabalhar todos os dias para garantir que depois podem retomar a atividade”.
Por isso, considera que existe uma “absoluta necessidade de programas de apoio para este setor, apoios a fundo perdido para que o setor possa aguentar os próximos meses sem atividade regular”.
“Se pedimos a estes profissionais que parem a atividade em favor da saúde pública, temos certamente de ser solidários e garantir apoios para depois poderem retomar atividade”, disse.
Questionada sobre o Orçamento do Estado para 2021, Catarina considera que “o governo desvalorizou a segunda vaga da pandemia. Achou eventualmente que não iria ser tão grave quanto está a ser”.
“Estamos agora perante uma situação onde se mantêm restrições e muitos dos trabalhadores já não têm apoio. E temos uma proposta de Orçamento do Estado para 2021 que promete que estes trabalhadores terão menos apoio do que em 2020. Este ano, tinham apoio calculado tendo em conta a perda de rendimento. Em 2021, estes trabalhadores só terão apoio se todo o agregado ficar bem abaixo do limiar de pobreza”.
E abordou as propostas de alteração ao OE’2021, cuja votação foi adiada para amanhã. “O apelo que deixamos é que não sejam aprovados apoios que deixem em pior situação os milhares de trabalhadores que perderam rendimentos”.
Catarina lembrou que o Bloco apresentou propostas para o Orçamento no sentido de impedir a próxima vaga de despedimentos. "E o Partido Socialista votou contra. Depois, propusémos a extensão do subsídio de desemprego para quem perdeu o emprego. E o PS votou contra. Propusemos por fim uma prestação extraordinária para os trabalhadores sem rendimento e sem subsídio de desemprego tivessem apoio. E o PS votou contra”.
“Este é o momento de olhar para o país, e de olhar para a crise económica e social, e ter um orçamento que responda minimamente ao país que existe hoje. E é por isso que exigimos um orçamento que responda às necessidades básicas do país”, concluiu.
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