You are here

“O golpe é contra o povo e contra a Nação"

Após a votação no Senado que confirmou o seu afastamento do cargo de Presidente da República, Dilma Rousseff afirmou ter sido vítima de uma “farsa jurídica” e prometeu recorrer da decisão para o Supremo Tribunal Federal.

Perante uma multidão que a aguardava e ao lado de vários políticos, como o ex-Presidente Lula da Silva, no Palácio da Alvorada, Dilma Rousseff disse que a mágoa é péssima conselheira mas exortou a que todos lutem juntos contra o retrocesso e a agenda conservadora do governo de Michel Temer.

Dilma afirmou ainda que "viveu a sua verdade" e nunca fugiu das suas responsabilidades, tendo sublinhado que saiu da Presidência como entrou, "sem ter incorrido em qualquer ato ilícito" e "sem ter traído qualquer um dos meus compromissos"

“É o segundo golpe de estado que enfrento na vida”, afirmou Dilma Rousseff, tendo acrescentado que “ o primeiro, o golpe militar, apoiado na truculência das armas, da repressão e da tortura, me atingiu quando era uma jovem militante. O segundo, o golpe parlamentar desfechado hoje por meio de uma farsa jurídica, me derruba do cargo para o qual fui eleita pelo povo”.

Para a ex-presidente, esta situação não passa de “uma inequívoca eleição indireta, em que 61 senadores substituem a vontade expressa por 54,5 milhões de votos.”

Um golpe contra os pobres e as minorias”

Por esta razão deixou claro que se está perante “uma fraude, contra a qual ainda vamos recorrer em todas as instâncias possíveis”.

"Esta história não acaba assim. Estou certa de que a interrupção deste processo pelo golpe de Estado não é definitiva. Não voltaremos apenas para satisfazer nossos desejos ou nossas validades. Voltaremos para continuar a nossa jornada rumo a um Brasil em que o povo é soberano", afirmou.

Dilma Rousseff deixou ainda o alerta que o "golpe de estado" é contra os movimentos sociais e as políticas que o seu governo e o do seu antecessor , Lula da Silva, tomaram em defesa dos pobres e das minorias.

“O golpe é contra o povo e contra a Nação. O golpe é misógino. O golpe é homofóbico. O golpe é racista. É a imposição da cultura da intolerância, do preconceito, da violência”, sublinhou.

“Espero que saibamos nos unir em defesa de causas comuns a todos os progressistas, independentemente de filiação partidária ou posição política”, afirmou Dilma Rousseff, que acrescentou: “Proponho que lutemos, todos juntos, contra o retrocesso, contra a agenda conservadora, contra a extinção de direitos, pela soberania nacional e pelo restabelecimento pleno da democracia”.

Artigos relacionados: 

Comentários (1)