Ao contrário do ramo irlandês, o gaélico escocês está a viver uma crise profunda que pode ser terminal. O número de falantes diminuiu fortemente e aqueles que utilizam a língua para comunicar no dia a dia são cada vez menos, reduzindo-se na prática a pequenos grupos de idosos nas ilhas.
Dentro de dez anos, a língua poderá assim estar morta diz um estudo da Universidade de Highlands and Islands recentemente publicado. Segundo os estudiosos do gaélico apenas onze mil pessoas falam a língua com frequência atualmente. Um declínio a ritmo muito acelerado uma vez que, nos anos 1980, a percentagem de escoceses que conseguiam falar a língua era de 80%.
Nas ilhas Hébridas Exteriores, o último bastião do gaélico escocês, no último censo, em 2001, havia 59.6% falantes. As previsões apontam que nos censos que serão publicados no próximo ano, terão caído para à volta de 45%.
A crise é também uma crise geracional, em vinte anos, o número de falantes menores de idade decresceu em mais de três mil pessoas e o estudo registou “uma indiferença geral entre os jovens no que diz respeito ao lugar do gaélico nas suas vida. Por outro lado, em casa, mesmo nas famílias falantes, a língua franca é o inglês.
O autor principal do estudo, Conchúr Ó Giollagáin, apela a políticas mais intensivas para restaurar a língua no dia a dia: “a situação é muito grava; a comunidade falante está em declínio e quem estaria encarregado de apoiar o gaélico precisa de encarar isto. Políticas de mais do mesmo irão resultar em mais da mesma crise”.
Isto apesar de nas escolas primárias das ilhas Hébridas Exteriores o gaélico escocês ter sido adotado como a língua principal ou de na sinalização de trânsito a língua ter passado a constar também. Medidas superficiais, simbólicas, que mantêm o gaélico ostracizado na prática e as comunidades falantes da língua “marginalizadas” pensa Ó Giollagáin e que não reverterão o declínio em que esta se encontra.