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O comboio noturno entre Lisboa e Madrid pode acabar, ambientalistas estão contra

Climáximo e Ecologistas em Acción denunciam que a Renfe quer acabar com o comboio-hotel Lusitania, a única ligação ferroviária entre as capitais portuguesa e espanhola.
Lusitania na estação de Santa Apolónia. Foto de Nuno Morão/Flickr.
Lusitania na estação de Santa Apolónia. Foto de Nuno Morão/Flickr.

No final de maio, a Renfe, empresa ferroviária espanhola, anunciou que nenhum dos comboios-hotel que operava, voltaria depois do fim do estado de emergência no país vizinho. Desde aí, a pressão de várias regiões fê-la vacilar na decisão. Contudo, o destino do histórico comboio noturno entre Madrid e Lisboa, o Lusitania, continua por explicar.

Climáximo e Ecologistas en Acción contestam a possibilidade de acabar com a única ligação ferroviária entre as capitais dos dois países. Pelo contrário, exigem a melhoria do serviço e o encerramento das linhas aéreas entre Madrid e Lisboa. Assim, enviaram uma carta aos governos de ambos os países exigindo medidas que garantam a viabilidade da ligação.”

Os ambientalistas lembram ainda que “o Lusitania é uma das poucas conexões por comboio entre Salamanca, Ávila e Madrid”.

Um dos argumentos centrais é a “enorme diferença em termos de emissão de gases com efeito de estufa” quando comparado com as deslocações por avião. Os ecologistas consideram que “o comboio eletrificado é a melhor alternativa para reduzir estas emissões em trajectos interurbanos”. Foi aliás essa a razão pela qual foi este o comboio utilizado pela ativista Greta Thunberg para ir de Lisboa a Madrid quando participou na COP25 no passado mês de dezembro, reforçam.

Climáximo e Ecologistas en Acción exigem assim várias medidas: o regresso ao funcionamento do comboio Lusitania o mais rapidamente possível, a modernização e eletrificação da linha ferroviária que une Lisboa a Madrid, um plano de investimento público no comboio que permita modernizar e eletrificar os caminhos de ferro e recuperar os comboios noturnos, por em marcha um processo entre os governos português e espanhol para que os comboios noturnos, pela sua capacidade de reduzir emissões de gases com efeito de estufa em relação ao avião, sejam considerados serviço público na União Europeia, ampliar a conexão ferroviária convencional eletrificada e de qualidade entre as capitais ibéricas através da Extremadura e eliminar a ligação aérea entre Lisboa e Madrid.

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