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“O ambiente também é uma questão de justiça social”

A candidata presidencial esteve este domingo em São João da Madeira, onde almoçou com cerca de duas centenas de apoiantes, e afirmou que “tivemos a tradição de ter um Chefe de Estado, e também responsáveis do Governo, que têm estado permanentemente ao lado daquilo que são as questões fundamentais do nosso tempo, que ultrapassam em muito as fronteiras e nas quais temos de estar envolvidos”.
Lembrou o acordo climático, obtido este fim-de-semana em Paris, e afirmou que o compromisso para conter a subida da temperatura em 1.5º fica aquém daquilo que precisamos para defender o planeta, tendo defendido ser fundamental termos, como maior responsável da nação, alguém que entenda a relevância destas questões. A candidata sublinhou que “as dificuldades climáticas afetam sempre, de forma invariável, os mais pobres e os que têm mais dificuldades”, referindo que estas são também questões de “justiça social” além de “justiça ambiental”. “O ambiente é uma questão fundamental para as nossas vidas”, sumarizou.
Marisa Matias falou igualmente da justiça, ao comentar que “não há nenhum país que seja uma democracia completa sem uma justiça completa, sem um acesso igual à justiça”, e reiterou que “um país onde a justiça não funciona é um país onde impera e cresce o medo, e não é esse o país que nós queremos”.

Foto de Paulete Matos
“Quero ser a Presidente da República que quer começar um novo contrato de confiança das pessoas, contra o medo. Falo das pessoas, não das elites, mas de cada um e de cada uma que aqui vive e que quer ser feliz neste país”, frisou.
Afirmou que a sua candidatura “é para falar das pessoas que foram empurradas para fora do serviço nacional de saúde, das crianças que não tiveram resposta na escola pública, para falar do empobrecimento e, em particular, do que foi feito aos reformados e pensionistas, que foram transformados numa espécie de sacrificados de serviço para todos os falhanços da política económica. É para falar dos ataques ao direito do trabalho, à precariedade generalizada, é para falar da ciência e da cultura, que são os pilares do desenvolvimento de qualquer país, e que foram abandonados e destruídos nos últimos anos”.
Marisa Matias lembrou que não falava de “competências governativas” mas de “direitos que estão consagrados na Constituição”, e que ao Presidente da República não lhe cabe “ser o garante do poder económico, mas o garante da estabilidade das pessoas”, e que a Constituição não pode ser cumprida a la carte, como até aqui.
“Uma Presidente da República tem a capacidade única no país de dar voz e de pôr em articulação os sectores que são sistematicamente silenciados, e que nunca são tidos em conta, na definição da política no nosso país”, concluiu.
A sessão contou igualmente com intervenções de Catarina Martins, porta-voz do Bloco, de Moisés Ferreira, deputado eleito pelo círculo de Aveiro, e do advogado Celso Cruzeiro.

Marisa Matias e Celso Cruzeiro
Catarina Martins recordou o percurso de Marisa Matias na defesa da escola pública, do serviço nacional de saúde, do emprego ou das pensões, e vincou que há dois modelos que estão em causa nestas presidenciais: o dos cortes e da austeridade, do lado da direita, e o da confiança e da esperança, personificado por Marisa Matias.
Já Moisés Ferreira reiterou que “não podemos ter um Presidente da República apoiado por quem apoia a austeridade, um Presidente cujos princípios sociais são os princípios do século passado, e um Presidente que pautará o seu mandato pelo axioma do é proibido mas pode-se fazer”.
Por seu turno, Celso Cruzeiro afirmou que "um candidato da direita, por mais simpático que seja, tem um projeto de direita com tudo o que isso comporta. Diz que o Estado não deve intervir, mas quer intervir quando está em causa a banca. Uma candidatura de esquerda transporta consigo a luta de milhares de trabalhadores, defende a Constituição e a garantia dos direitos sociais”.
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