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Número 2 do Chega Açores rompe com "cheganos nacionais"

Numa carta enviada à Direção do Chega, Orlando Lima apresenta a demissão e pede desculpa aos eleitores açorianos pela interferência de André Ventura, a quem acusa de querer "ganhar uns pontos junto do eleitorado continental”.
André Ventura
André Ventura. Foto de António Pedro Santos | Lusa

Com o acordo para a governação entre PSD, CDS e PPM na região autónoma dos Açores e com as negociações entre estes partidos de direita e o Chega e o PAN, a situação já começou a fazer mossa em algumas forças políticas.

De acordo com o jornal Expresso, que cita uma carta divulgada nas redes sociais de Orlando Lima, o vice-presidente do Chega Açores pede a demissão e acusa André Ventura de ter tomado uma “lamentável postura centralista”, “descurando os interesses dos açorianos” em benefício dos interesses da direção nacional.

Na nota pode-se ler que “a governação Açoriana faz-se para a defesa do povo açoriano, não para resolver as questiúnculas dos senhores de Lisboa nem para ganhar uns pontos junto do eleitorado continental”.

Para Orlando Lima, André Ventura “extrapolou as decisões que deveriam ser locais” para a “defesa infantil de interesses «cheganos nacionais»” e acrescenta que “é uma atitude da qual me envergonho e peço desculpa ao meu eleitorado e ao Povo Açoriano, esperando que os deputados que ajudei a eleger, encontrem o seu espaço de independência, necessário à imediata correção destas assimetrias”.

As condições impostas pelo líder nacional do Chega para viabilizar um governo do PSD nos Açores estão na origem da demissão do número 2 do Chega nos Açores. Entre essas condições estão a participação do PSD no processo de revisão constitucional, a realização de uma auditoria aos governos regionais do PS e a redução dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção. Para o vice-presidente demissionário, existem prioridades mais importantes.

Orlando Lima também tece críticas à direção regional porque não teve capacidade de gerir a situação e só respondeu com “opacidade” e “silêncios”.

No comunicado publicado na sua página pessoal de Facebook refere que “recomendei na noite de 25 de outubro que André Ventura fosse afastado da comunicação social, devendo o Presidente Regional Carlos Augusto Furtado assumir a comunicação à imprensa, por ser esta a sua e nossa vitória e por ser seu dever e responsabilidade conduzir o Chega Regional pelo difícil mas desafiante caminho de assegurar, mediante cuidada negociação com os parceiros políticos à direita, uma alternativa de governação”. Mas a recomendação não foi seguida e André Ventura acabou por roubar o palco na noite eleitoral aos deputados e líderes regionais do Chega.

 

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