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Num domingo de referendos, a Suíça aumentou idade de reforma para mulheres
Este domingo, os suíços voltaram às urnas para mais uma série de referendos. Ao nível federal foram quatro votações diferenciadas com participaçao acima dos 50% de eleitores. Mas a que mais atenções concentrava dizia respeito à reforma do sistema de pensões por velhice e sobrevivência, denominado Assurance-Vieillesse et Survivants. A votação estava um aumento do imposto sobre o valor acrescentado de 7,7% para 8,1% de forma a reverter para o financiamento do sistema de pensões e uma série de alterações do próprio sistema AVS das quais se destacava o aumento da idade de reforma das mulheres de 64 para 65 anos, a mesma dos homens naquele país, mas que incluía ainda incentivos ao trabalho para além da idade de reforma e uma flexibilização da passagem à reforma entre os 63 e os 70 anos. Ambas as alterações foram aprovadas, a primeira com 55,1% dos votos, a segunda por uma margem mais escassa: 50,6%.
O resultado daquele que foi o 24º referendo ao ASV foi visto como uma derrota para a esquerda e os movimentos sindicais que tinham feito campanha contra o aumento da idade da reforma para as mulheres e contra o aumento de imposto que terá forte impacto sobre as pessoas com rendimentos mais baixos.
Mas nem tudo foram más notícias para a esquerda nos referendos deste fim de semana. Noutras duas votações altamente significativas obteve vitórias contra a proposta do governo de direita de revogar impostos de forma a favorecer as grandes empresas. Em causa estava a abolição do imposto de selo na compra e venda de títulos e da retenção na fonte de 35% dos rendimentos de investimentos financeiros, nomeadamente ações e obrigações. Direita e patrões falavam em medidas para simplificar e aumentar competitividade, esquerda e sindicatos contrapunham que se tratam de benesses que beneficiariam sobretudo os setores financeiros mais ricos, as grandes empresas e as multinacionais, porque as pequenas e médias empresas não se costumam financiar através da venda de obrigações. Também argumentavam que o fim da retenção na fonte enfraqueceria o combate à evasão fiscal, pois ela obriga a que, para recuperar uma parte do valor, os investidores tenham de declarar os rendimentos que obtiveram.
O outro assunto em votação ao nível federal foi a proibição da exploração pecuária intensiva, recusada por 62,9% dos votos. Governo e empresários do setor alegavam que a lei em vigor já é uma das mais restritivas do mundo, implicando que o bem-estar animal seja levado em conta nas explorações pecuárias, regulando alimentação, dimensões mínimas para o espaço onde os animais vivem e condições de transporte. Os defensores dos animais queriam ir mais longe e pretendiam inserir a proteção da dignidade animal e a proibição da exploração pecuária intensiva na constituição.
Também ao nível cantonal houve referendos. No maior cantão do país, Zurique, a economia circular passou a estar consagrada na constituição local com quase 90% dos votos. Em Berna a proposta de de diminuição da maioridade eleitoral para os 16 anos foi recusada por 67% dos eleitores.
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