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Novo medidor da diabetes evita as picadas habituais

O primeiro medidor de glicose que evita as habituais picadas nos dedos daqueles que sofrem da diabetes foi lançado esta quinta-feira em Portugal e tem a capacidade de medir os níveis de açúcar durante as 24 horas do dia. Em Portugal, 13,1 por cento da população vive com diabetes e dois milhões têm risco elevado de vir a desenvolver a doença.

O medidor tem um sensor redondo que mede 35 por 5 milímetros, que é instalado na parte posterior do braço e que tem uma duração de 14 dias, o que lhe permite medir em permanência os níveis de glicose intersticial, ou seja, o líquido que fica entre as células do corpo e que se encontra nas camadas superficiais da pele.

O novo aparelho permite ainda fazer várias leituras por dia e, além de dar ao doente o valor do momento, permite perceber o que se passou nos níveis de glicose nas últimas oito horas mostrando igualmente a tendência de evolução em termos futuros.

José Luís Medina, presidente da Sociedade de Diabetologia (SPD) qualifica este medidor como “ a última revolução” no controlo de diabetes porque contribui para “melhorar significativamente a vida dos doentes”.

O kit inicial do aparelho Freestyle Libre custa 169.90 euros e é acompanhado por um leitor e dois sensores, permitindo uma utilização durante cerca de um mês, uma vez que os sensores têm uma duração de até 14 dias. Posteriormente cada sensor custa 59,90 euros.

Paulo Sousa, o responsável pelo laboratório que comercializa este dispositivo refere que, em média, o custo mensal para utilizar este novo medidor tem um custo aproximado de 120 euros.

Comparticipação do Estado

Este responsável defende, no entanto, que a diferença de preço para a normal tecnologia de tiras que obriga a picadas nos dedos não é muito significativa, se não se tiver em conta a comparticipação estatal.

O presidente da SPD defende também que o Estado comparticipe esta tecnologia, adiantando que os doentes estão “ansiosos” por experimentar.

Refira-se que um doente do tipo 1 controla os seus níveis uma média de seis vezes ao dia, consumindo uma média de 3,6 caixas de tiras por mês.

O custo de cada embalagem de tiras custa menos de 20 euros, o que perfaz um custo mensal de cerca de 80 euros.

O utente não paga mais de sete euros por mês uma vez que o Estado comparticipa em 85% estes produtos para os diabéticos, além de comparticipar a 100 por cento os tradicionais leitores das tiras que medem a glicémia.

José Luís Medina, afirma que o aparelho permite “maior liberdade e melhor qualidade de vida”, uma vez que os estudos têm demonstrado que este novo método traz uma redução das baixas de glicose conseguindo assim aumentar a adesão à monitorização ou controlo dos níveis, sobretudo para os doentes que têm de picar muitas vezes os dedos.

Para o clínico, o novo medidor de glicose está indicado para todos os diabéticos, mesmo para crianças a partir dos 4 anos, mas são os doentes com diabetes tipo 1 e com diabetes tipo 2 menos controlada e que fazem insulina quem poderá obter maiores benefícios.

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