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Novo caso de infiltração policial nos movimentos sociais em Barcelona

Este é o segundo caso de infiltração policial a ser conhecido nos últimos meses. Uma reportagem do semanário La Directa revelou que um agente da Policia Nacional espanhola fez-se passar por ativista junto dos movimentos sociais ao longo de mais de dois anos. Dizia que se chamava Daniel Hernàndez Pons e que era anarquista. Tornou-se presença habitual nos centros sociais de Barcelona, nas manifestações e nas ações anti-despejos, com o objetivo de recolher informações sobre os ativistas e os seus métodos de ação.
Ao contrário do primeiro caso denunciado em junho, este agente terá mantido relações amorosas com oito mulheres no meio ativista, incluindo relações estáveis com duas delas. "Clara", ativista anarquista que foi companheira de "Daniel" durante um ano, afirma que "se soubesse que era polícia, jamais teria mantido uma relação com ele".
Segundo o portal La Directa, este agente, tal como o primeiro, formou-se na escola de polícia de Ávila em junho de 2019, um ano antes da infiltração, mas a polícia deu-lhes os mesmos apelidos falsos, o que facilitou a sua descoberta depois de ser conhecido o primeiro caso. As fotografias disponíveis nas redes da escola de polícia permitiram comparar a imagem com a do suposto jovem anarquista, que durante a sua passagem pela movida alternativa de Barcelona foi preenchendo o corpo com tatuagens antifascistas, ajudando-o a ganhar confiança entre as pessoas.
O escândalo provocou a reação imediata dos partidos independentistas catalães CUP, ERC, Junts, PDeCAT, dos bascos do EH Bildu e do Bloco Nacionalista Galego. Todos pediram a presença urgente do ministro do Interior Fernando Grande-Marlaska no Parlamento para dar explicações. A CUP fez o mesmo no Parlamento catalão em relação ao chefe dos Mossos d'Esquadra para saber se teriam conhecimento desta infiltração.
Na sequência do primeiro caso, a associação Òmnium apresentou uma queixa na justiça contra o Ministério do Interior, que em setembro veio reconhecer e justificar esta espionagem dos movimentos sociais, afirmando que é uma ação "legítima, idónea e oportuna" para prevenir as atividades de "indivíduos radicais ou comprometidos com projetos secessionistas ilegais".
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