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“A nossa exigência é o cimento da recuperação de rendimentos”

Sem a exigência do Bloco o "acordo para a maioria parlamentar não teria existido", e a opção teria sido o continuar da "austeridade dura" da direita ou a aplicação de uma "austeridade 'mais soft'" do PS, disse Catarina Martins, esta segunda-feira, no jantar das jornadas parlamentares, em Évora.
Catarina Martins, Mariana Mortágua, Pedro Filipe Soares e Jorge Falcato à chegada para a sessão de abertura das Jornadas Parlamentares do Bloco, no teatro Garcia de Resende, em Évora. Foto de Nuno Veiga/Lusa.

Num jantar em Évora, perante mais de uma centena de militantes alentejanos, Catarina Martins garantiu que o Bloco vai continuar a "esticar a corda" para manter "uma maioria" que enfrente Bruxelas e mantenha a trajetória de recuperação de rendimentos dos portugueses.

"Sabemos que o país precisa de mais. E é por isso que continuamos a ser exigentes. A maioria é um compromisso para a recuperação de rendimentos, e no Bloco de Esquerda ninguém se poupa a esforços para que esse caminho possa ser feito. A nossa exigência é o cimento da recuperação de rendimentos", prosseguiu a porta-voz do Bloco.

Sem a exigência do Bloco o "acordo para a maioria parlamentar não teria existido", e a opção seria o continuar da "austeridade dura" da direita ou a aplicação de uma "austeridade 'mais soft'" do PS.

Catarina Martins criticou PSD e CDS-PP que recorrentemente dizem que a maioria de esquerda "cai ou vai ceder a novas medidas de austeridade". "A direita tem estado agarrada à ideia da bancarrota porque sem bancarrota a direita não existe".

"A direita pode dizer à vontade que a casa está a arder, mas a casa não está a arder. Aí está uma maioria para recuperar rendimentos. O Bloco não desiste dessa maioria e dessa recuperação de rendimentos".

Mariana Mortágua, vice-presidente do Grupo Parlamentar bloquista, trouxe a debate o tema da educação e dos cortes no financiamento de colégios privados, que definiu como uma "medida de facto de poupança orçamental", de "cortar nas gorduras do Estado".

PSD e CDS-PP, realçou, falam agora com "desplante" na "proteção de trabalhadores, do ensino, do princípio constitucional da confiança".

A direita e forma incisiva, "dizimou dezenas de milhares de empregos da escola pública e esteve-se marimbando para a precariedade das escolas privadas" nos últimos anos.

Alberto Matos, dirigente nacional e membro da Coordenadora Distrital de Beja, destacou o papel do Bloco no combate ao trabalho forçado, nomeadamente, o projeto de lei da sua autoria que se encontra em debate na especialidade na Assembleia da República e que deverá tornar-se lei até ao final da sessão legislativa.

António Ricardo, dirigente distrital de Portalegre, apontou a necessidade “da regionalização do pais”, pois “regionalizar é descentralizar, democratizar o poder é desenvolver as assimetrias regionais”. O dirigente portalegrense defendeu ainda o “encerramento da central nuclear de Almaraz” e a“mobilização de todos para a manifestação ibérica”, que decorrerá a 11 de junho em Cáceres.

Maria Helena Figueiredo, dirigente nacional do Bloco de Esquerda e membro da Coordenadora Distrital de Évora, afirmou que o Bloco tem contribuído para “reverter as malfeitorias do governo de Passos e Portas” e tem sido a garantia de que as “políticas [governativas] não virarem à direita”. A dirigente eborense defendeu ainda um “Plano Ferroviário para todo o Alentejo”.

Esta terça-feira, haverá uma reunião de trabalho do grupo parlamentar bloquista e o encerramento das jornadas - com a apresentação de novas propostas legislativas do partido - será feita ao começo da tarde, pelo líder parlamentar, Pedro Filipe Soares.

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