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Ninguém controla o lixo gerado pela pandemia

O surgimento da pandemia de covid19 normalizou o uso de produtos que até então não faziam parte do nosso dia a dia: máscaras e luvas descartáveis na rua, batas descartáveis no exercício de inúmeras profissões, o recurso a copos de plástico na maioria dos cafés e demais restauração. Uma vez que são descartáveis e não recicláveis, a adesão a estes materiais de proteção traduziu-se num grande aumento do lixo produzido.
Segundo o Jornal de Notícias, que questionou o Ministério do Ambiente e a Agência Portuguesa do Ambiente sobre a matéria, estes resíduos descartáveis não são contabilizados pois inserem-se no lixo indiferenciado. É precisamente isso que a Direção-Geral da Saúde indica nas suas orientações para o uso e tratamento dos equipamentos de proteção individual: as máscaras e demais produtos devem ser descartados no lixo comum e nunca nos ecopontos.
Face a esta situação, o Governo, proibiu em maio a importação de resíduos para eliminação provenientes de outros países da União Europeia. "Receamos que no pós-covid haja um aumento dos resíduos descartáveis e, se assim for, podemos precisar de uma reserva disponível em aterro”, explicou o ministro João Pedro Matos Fernandes.
"É evidente que há uma série de aplicações de produtos descartáveis em várias situações", constatou Rui Berkemeier, da Associação Zero, ao Jornal de Notícias. Porém, embora o aumento do uso e descarte destes materiais seja óbvio, não é possível contabilizá-lo. Uma vez que não podem ser reciclados, materiais como máscaras e luvas são depositadas junto com o lixo indiferenciado, ou seja, no lixo comum. Assim, torna-se impossível ter uma real noção do impacto que a pandemia de covid-19 teve na produção de lixo.
Apesar de todas as indicações, ainda há quem coloque as máscaras no ecoponto, embora as empresas que trabalhem na área indiquem que a situação tem vindo a melhorar. Assim, pelo menos aí é possível ter uma noção de quantidades.
A Lipor, responsável pelo Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, confirma junto do Jornal de Notícuas que existem "pontualmente" máscaras e luvas nos resíduos recicláveis provenientes dos ecopontos, numa "quantidade média por dia cerca de 0,5 metros cúbicos, que dará aproximadamente cerca de 200 quilogramas por dia".
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