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Netanyahu diz que anexará Cisjordânia dentro de “um par de meses”

O novo governo de Israel não traz alterações ao nível da sua política para a Palestina. Os dois rivais, Netanyahu e Gantz, mediram forças em sucessivas eleições que não desfizeram o impasse político no país. Acabaram por fazer um acordo para um “governo de emergência” em que se revezarão no cargo de primeiro-ministro. Uma das cláusulas deste acordo, avançada na segunda-feira passada, é precisamente a anexação de “partes da Cisjordânia” se os EUA concordarem.
Netanyahu tratou agora de fazer saber que a medida é mesmo para avançar. Numa sessão online com cristãos evangélicos, no domingo, transmitida pelos canais religiosos CBN e Revelation TV, mostrou-se seguro de que Trump estará do seu lado. “Dentro de um par de meses, estou confiante que a promessa [de Trump] vai ser honrada, que poderemos celebrar outro momento histórico na história do Sionismo”, disse.
O que é novidade é a alteração de posição de Benny Gantz. Depois de ter jurado que queria tirar Netanyahu do poder e de se ter tornado num suporte para a sua manutenção, também sobre o tema da anexação o líder dos “azuis e brancos” fez uma reviravolta. Antes defendera que só apoiaria uma medida deste género no caso, impossível, de haver uma aceitação internacional e ao mesmo tempo dos palestinianos. O Partido Trabalhista, que também apoiou a nomeação do governo, diz que poderá votar contra a anexação no Parlamento. Ainda que a medida fosse votada no Parlamento, o que não é dado como certo, e que estes dois partidos optassem por um sentido de voto diferente do governo que apoiam, esta passaria na mesma.
Do lado palestiniano, a resposta é a indignação. O presidente da Autoridade Palestiniana, Abbas, declarou na quarta-feira que o povo palestiniano “não vai deixar-se algemar se Israel anexar alguma parte da nossa terra.” Avançar para isso seria, alega, “cancelar completamente” os acordos estabelecidos.
O Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, tinha já dado, na quarta-feira passada, luz verde para uma anexação, ao declarar que “em último caso é uma decisão de Israel”. Por outro lado, a União Europeia voltou a declarar, esta sexta-feira, que se opõe à tentativa de anexar a Cisjordânia. Os colonatos de Israel na Cisjordânia são considerados ilegais de acordo com a Convenção de Genebra. Israel ocupou estes territórios e, desde então, tem implementado uma política agressiva de colonização que faz com que haja, atualmente, cerca 400 mil colonos.
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