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Negócio petrolífero com a Rússia incluía milhões para a campanha de Salvini

“O livro negro da Liga” é lançado na quinta-feira e os seus autores descrevem como a Rússia pode estar a financiar o partido de extrema-direita do ministro italiano Matteo Salvini.
Matteo Salvini
Matteo Salvini na conferência com empresários russos e italianos em Moscovo. Foto publicada no Twitter do ministro do Interior italiano.

Os jornalistas Giovanni Tizian e Stefano Vergine, autores de “O livro negro da Liga”, falam dos bastidores da visita de Matteo Salvini a Moscovo no passado mês de outubro para uma conferência de empresários russos e italianos. Nessa visita, o ministro do Interior italiano aproveitou para voltar a criticar as sanções da União Europeia à Rússia e publicou fotos nas redes sociais com empresários, políticos e agentes da segurança russa.

Segundo um artigo publicado este sábado no jornal Expresso, o livro foca as atenções num dos homens que aparece nessas fotografias, o antigo porta-voz da Liga, Gianluca Savoini, descrito como “homem de mão de longa data de Salvini”. Nos dias seguintes à conferência, Savoini participou em reuniões com representantes das petrolíferas Eni e Rosneft para discutir um negócio em que a empresa italiana compraria três milhões de toneladas de gasóleo à congénere russa, mas com um desconto de 4%, com a diferença — estimada em quase 3 milhões de euros — a ser depositada em contas da Liga em prestações de 220 mil euros por mês para financiar a próxima campanha das eleições europeias.

O livro avança ainda que Savoini tinha contactado outras empresas russas para conseguir um negócio semelhante desde meados de 2018. No decorrer das negociações entre a Eni e a Rosneft, o advogado italiano terá dito que se fosse preciso a compra podia ser maior, enquanto os russos terão decidido propor um aumento do desconto para 6%, com os italianos a manterem os 4% e a devolverem a diferença através de um banco europeu e uma sociedade de advogados não especificadas.

Os autores do “Livro Negro da Liga” não sabem se o negócio chegou mesmo a ser concretizado, mas dizem ter provas das negociações que configuram um apoio financeiro ilegal por parte da petrolífera detida a 75% pelo governo russo ao partido de extrema-direita italiano.

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