You are here
Navio de resgate de migrantes à deriva no Mediterrâneo há 14 dias

A bordo do Sea Watch 3, da organização não-governamental alemã Sea Watch, encontram-se 32 migrantes: 21 homens, quatro mulheres, três crianças e quatro menores não acompanhados, que foram resgatados ao largo da costa da Líbia a 22 de dezembro. Estão à deriva à 14 dias.
Já no Professor Albrecht Penck, da Sea-Eye, 17 migrantes aguardam há sete dias informações sobre qual será o seu futuro.
As condições a bordo deterioram-se. A Sea Watch tem vindo a publicar relatórios na sua página de facebook que dão conta de que os voluntários estão exaustos e as reservas de comida e água estão a terminar.
Vários migrantes têm tido “graves enjoos”. “Para pessoas desnutridas e débeis, a consequente desidratação pode pôr em risco a sua vida, especialmente quando conjugada com hipotermia”, alerta a organização não-governamental, sublinhando que a situação é mais preocupante no que respeita às crianças, com um, seis e sete anos.
Em declarações à agência Reuters, Bob Kiangala, um dos migrantes recolhidos pelo Sea Watch 3 afirmou que ninguém percebe o que está a acontecer: “Não somos peixes, não somos tubarões, somos humanos como toda a gente. Fizemos esta travessia, arriscámos as nossas vidas para chegar à Europa e agora que chegámos a Europa recusa-nos, e não compreendemos porquê”, frisou.
Portugal disponibiliza-se para acolher até dez migrantes
A Comissão Europeia “tem estado em contacto com vários Estados-membros para encontrar uma solução para o desembarque rápido das pessoas”, avançou na quinta-feira a porta-voz Mina Andreeva.
Portugal, Holanda e Alemanha já se mostraram disponíveis para acolher alguns migrantes após o desembarque. A Alemanha coloca, contudo, como condição que outros países europeus adotem o mesmo compromisso.
O ministério da Administração informou que o “país tem respondido a todas as situações de emergência que resultam dos resgates de migrantes no Mediterrâneo”, tendo manifestado disponibilidade para acolher parte destas pessoas. Fá-lo “por razões humanitárias”, “face à situação de emergência em que se encontram estas pessoas”, e como resultado de um “compromisso de solidariedade e de cooperação europeia assumido por Portugal em matéria de migrações”.
“Portugal continua, no entanto, a defender uma solução europeia integrada para responder ao desafio dos fluxos de migrantes que procuram chegar à Europa através do Mediterrâneo”, destaca o ministério.
Add new comment