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“Não se combate a evasão fiscal protegendo paraísos fiscais”

Este domingo, num debate na RTP3, Marisa Matias afirmou que o PPE, de quem Paulo Rangel é vice-presidente, "impediu a criação de uma comissão de inquérito na área da corrupção” e protege “paraísos fiscais na Europa”.

Para a Europa, Marisa Matias considera que é fulcral “resolver a questão da fraude e da evasão fiscal”. “Estamos a falar de um domínio onde as pessoas percebem que o dinheiro, quando lhes falta na escola, na saúde e nos transportes, está a ir para algum lado”, afirmou.

Lembrando os vários casos de escândalos dentro da União Europeia, a candidata do Bloco afirmou que um deles “não pôde ser devidamente investigado”. “Tentámos constituir uma comissão de inquérito, o que não foi possível para não pôr Juncker em causa”.

“Tratam-se de 100 mil milhões de euros por ano que fogem às contas públicas, ou seja, não são tributados”, apontou Marisa Matias, salientando ainda os “paraísos fiscais, que só servem para esconder dinheiro”.

“Há também a evasão fiscal. Com a ajuda de escritórios de advogados, promove-se a optimização fiscal. Pergunte-se aos trabalhadores e às pequenas e médias empresas se, caso falhem os seus impostos, alguém lhes chama optimização fiscal. Ninguém o faz.”, afirmou a atual eurodeputada do Bloco de Esquerda.

Na opinião de Marisa Matias, é urgente que haja “medidas que passem pelo fim de esquemas como os vistos gold”.

O combate às alterações climáticas "é uma prioridade. Precisamos accionar a emergência climática não só a nível nacional, como fizeram já em alguns países, mas também a nível europeu", acrescentou a eurodeputada.

“Precisamos de ter futuro. E não podemos pensar que, no quadro dos tratados atualmente existentes, temos condições para termos uma resposta às condições climáticas. Não permitem pôr em prática as metas recomendadas pelas Nações Unidas.”, afirmou Marisa Matias.

A candidata do Bloco lembrou ainda que Paulo Rangel, que critica a falta de investimento público em Portugal, “votou sempre a favor de impedimentos contra o investimento público” em Bruxelas.

Para mais, “os 13 mil milhões de euros que Paulo Rangel quer investir na indústria militar vêm de onde vai faltar: da coesão social. Quanto mais se investe em indústria militar, mais armas serão vendidas para Arábia Saudita, Síria e todos os países que têm conflitos ativos”, considera Marisa Matias.

Logo no início do debate, e a respeito do ultimato do governo, Marisa Matias começou por afirmar que esperava que o debate se centrasse nas eleições europeias. “Não tenho nenhum interesse em matar o debate europeu”, afirmou, acrescentando ainda que “o Bloco sempre foi coerente; o que votou foi o que já tinha votado com o PS, que, esse sim, mudou de posição” e que “estamos a falar da necessidade urgente de reconhecer as carreiras da função pública”. Na sua opinião, “o ministro das finanças perdeu toda a credibilidade ao lançar números e baralhar toda a gente”.

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