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“Não podemos ter a Escola Alexandre Herculano fechada, nem escolas degradadas no país”

Catarina Martins lembrou que a escola "encerrou esta quinta-feira porque chove dentro das salas”, defendendo que o investimento nos serviços públicos “é essencial para garantir condições básicas da democracia”.
A Escola Alexandre Herculano, no Porto, encerrou esta quinta-feira porque chove dentro das salas de aula.

Durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro, a coordenadora bloquista lembrou que, “no final do ano letivo passado, o Bloco de Esquerda dirigiu uma pergunta ao Governo para alertar para a situação da Alexandre Herculano”, e que o executivo “respondeu dizendo que existia um plano de investimento para a escola com 6 milhões de euros”.

“Tive oportunidade de visitar escola no dia 2 de dezembro e, nessa altura, ainda nada tinha sido feito, sendo que voltámos a alertar o Governo para a necessidade imperiosa de responder à escola Alexandre Herculano”, avançou Catarina Martins, questionando António Costa sobre “como é que respondemos agora”.

“Não podemos ter esta escola fechada como não podemos ter nenhuma escola degradada no país”, sublinhou.

Em resposta à coordenadora do Bloco, o primeiro-ministro lembrou o “recuo do investimento para níveis de 1984” nos quatro anos do Governo PSD/CDS, sublinhando que o Orçamento do Estado para 2017 prevê o aumento de 20% no investimento público, muito do qual será direcionado para a execução de obras em 200 escolas do país, como é o caso da Alexandre Herculano.

“Bem sei que não se pode, de um dia para o outro, apagar o que foi toda a destruição feita, mas é preciso dizer também que temos andado devagar demais no que diz respeito aos serviços públicos”, apontou, por sua vez, Catarina Martins.

“E, se hoje o Governo pode chegar à conclusão que repor rendimentos foi bom para a economia e para as contas públicas do país, terá também de ter a coragem de assumir que o investimento público nos serviços públicos é essencial para garantir as condições básicas da nossa democracia”, acrescentou.

Escola reabre na quarta-feira com apenas 600 alunos

 

O diretor da Escola Alexandre Herculano informou entretanto os jornalistas, após uma reunião no Porto com a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), que o estabelecimento reabre na quarta-feira com 600 alunos dos 9.º, 10.º, 11.º, 12.º anos e horário noturno. Os restantes 300 estudantes dos 7.º e 8.º anos serão deslocados para a Escola Ramalho Ortigão.

De acordo com Manuel Lima, a partir da próxima semana, a escola vai sofrer “pequenas intervenções” que viabilizarão a solução provisória de ali manter as 23 turmas do 9.º ano e dos ensinos secundário e noturno.

O diretor informou ainda que a tutela assumiu o compromisso de fazer uma efetiva intervenção na escola até 2020.

“As obras sempre foram prometidas, o que nunca houve foi uma resposta inequívoca e uma justificação devidamente fundamentada sobre o seu adiamento ‘sine die’, que é o que acontece hoje”, adiantou Manuel Lima.

Numa nota escrita enviada na quinta-feira à agência Lusa, o Ministério da Educação assinalou estar “a recolher todas as informações” sobre o encerramento do estabelecimento e “a trabalhar” numa “solução imediata” para retoma das aulas.

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