You are here

Na Guarda, 97% de adesão à greve dos professores

A greve rotativa convocada por nove sindicatos chegou esta sexta-feira à Guarda onde nem o frio intenso impediu que centenas de professores saíssem às ruas. Mas também damos conta de protestos noutros pontos do país.
Professores em protesto na Guarda. Foto de MIGUEL PEREIRA DA SILVA/LUSA.
Professores em protesto na Guarda. Foto de MIGUEL PEREIRA DA SILVA/LUSA.

Esta sexta-feira, a Fenprof salienta que foi atingido “o valor mais elevado até agora registado” na greve rotativa por distritos promovida por nove sindicatos de professores. De acordo com a federação sindical, a adesão à greve terá sido de 97% com a marcha entre a central de camionagem e a Praça do Município a ser participada por várias centenas da docentes, numa cidade assolada pelo frio e onde se encontravam ainda vestígios da neve caída no dia anterior.

A Lusa ouviu alguns dos participantes como Ana Gonçalves, professora precária desde 2009, que de bombo na mão queria fazer a luta ouvir-se, exigindo “mais estabilidade” e lamentando que “os professores não têm direito a ter família”. Outro dos presentes foi Gastão Antunes, professor em Pinhel. Trazia um cartaz a lembrar que António Costa tinha dito que “ou havia dinheiro para os professores ou para obras no IP3”. Neste dia, fez questão de deixar claro que “o IP3 está pior e os professores estão piores. Para onde é que foi esse dinheiro?” Já Fernando Costa, professor na Guarda, aponta baterias aos “sucessivos governos que não investiram na educação” e diz que “o masoquismo a que nos sujeitámos estes anos tem de acabar porque não somos burros de carga”.

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, também esteve na Guarda e salientou que o que está a acontecer é “uma greve extraordinária que tem vindo a crescer e esta quantidade de professores que vêm para a rua, como hoje aconteceu, tem a ver com o facto de estarmos aqui nove organizações sindicais. Eu não me lembro de os professores terem greves com este tipo de adesão”.

A Fenprof anunciou escolas fechadas um por todo o distrito como o caso do Agrupamento de Escolas Guilherme Correia Carvalho, em Seia, aqui mostrado pelo Letras do Alva.

No resto do país, também houve protestos

No distrito de Santarém, no Sardoal, o MedioTejo estima que a adesão a uma ação de greve dos professores nesta sexta-feira foi de “quase 100%”. Na concentração que fizeram à porta da escola da Vila, a porta-voz do protesto, Ana Alfaiate, destaca a necessidade de “valorizar a escola pública”, de garantir “melhores condições de trabalho”, de contar “o tempo de serviço congelado, porque nos Açores e na Madeira é considerado e isto acaba por ser indigno, os professores do Continente não são abrangidos”, de rever os concursos, de repor a progressão na carreira, do “controlo” inerente à municipalização, do “regime democrático das escolas que não vai para a frente”, ou da revisão do modelo de concursos.

No distrito de Leiria, a greve dos professores e assistentes operacionais “volta a encerrar” a Escola D. Dinis, titula o Jornal de Leiria.

No distrito de Braga, voltaram a fechar várias escolas em Famalicão. O Cidade Hoje dá conta que a Escola-sede de Gondifelos encerrou por causa da greve, assim como a Escola Secundária D. Sancho I.

No Algarve, a SIC conta que no concelho de Silves há escolas fechadas há 23 dias.

Alguns outros órgãos de comunicação social locais dão nota de acontecimentos de dias anteriores dos quais ainda não tínhamos dado notícia. Por exemplo, o Diário do Distrito conta a marcha “a favor de uma escola de qualidade” empreendida pelos profissionais de educação do Agrupamento de Escolas Navegador Rodrigues Soromenho, em Sesimbra, uma iniciativa que se sucede “a diversas formas de luta dos profissionais que trabalham no agrupamento, realizadas desde o início do ano, que incluíram greves, reuniões sindicais e concentrações diárias junto à sede do agrupamento”. Os motivos apontados para o protesto foram a falta de profissionais e a desvalorização de quem já trabalha na escola pública. Recorda-se que a Escola Básica de Sampaio já tinha feito um protesto semelhante há pouco tempo e prevê-se que “as restantes escolas do concelho de Sesimbra deverão tomar uma atitude semelhante nos próximos dias”.

Termos relacionados Sociedade
(...)