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MSF alerta para péssimas condições de vida dos refugiados na Grécia
Num comunicado divulgado esta quinta-feira, os Médicos Sem Fronteiras criticam duramente a política de acolhimento de refugiados da UE e a falta de capacidade da Grécia e das ONG em dar condições aos refugiados que continuam presos nas ilhas em acampamentos sobrelotados.
"As autoridades gregas, a União Europeia e as organizações humanitárias fracassaram no estabelecimento de condições de receção dignas e humanas, na garantia de proteção e na entrega de ajuda humanitária em condições adequadas”, afirma o comunicado.
A ONG pede a Atenas que encontre alternativas ao encaminhamento dos refugiados para estes acampamentos e mais coordenação entre serviços para dar resposta às necessidades humanitárias. E chama a atenção em particular para a fragilidade do sistema de saúde grego, que limita o acesso dos refugiados a cuidados hospitalares.
A falta de identificação de refugiados em situação de vulnerabilidade é outra das falhas do sistema de acolhimento, apontam os Médicos Sem Fronteiras, defendendo que as vítimas de violência e maus-tratos e os refugiados que padecem de mobilidade limitada, doenças crónicas ou perturbações psiquiátricas devem ser identificados e encaminhados para instalações apropriadas ao seu tratamento. “Hoje em dia, as mulheres têm alta do hospital dois dias após darem à luz, para regressarem aos acampamentos com poucas condições de higiene”, diz um responsável pelo apoio médico dos MSF na Grécia, Apostolos Velzis.
“Pelo segundo ano seguindo, o Inverno aproxima-se e as famílias, dos recém-nascidos aos idosos, não têm um abrigo em condições”, diz o chefe de missão dos MSF na Grécia, Loic Jaeger, chamando a atenção para a falta de coordenação e preparação para responder à chegada do tempo frio.
This camp in #Greece is looking extremely grim in the autumn rains. Authorities cannot be "surprised" by winter for the 2nd year in a row. pic.twitter.com/qW5JkKsE6M
— MSF Sea (@MSF_Sea) 20 de outubro de 2016
Apesar das centenas de milhões de euros entregues ao governo grego e às ONG internacionais, a resposta humanitária aqui na Grécia continua a ser inaceitavelmente lenta”, o que “deixa milhares de pessoas vulneráveis sem a assistência de que precisam desesperadamente”, acrescentou Jaeger.
Autarca de Lesbos propõe rede de municípios para tirar refugiados das ilhas
O fim destes grandes campos de refugiados nas ilhas também foi defendido esta terça-feira num encontro em Bruxelas pelo autarca de Lesbos, ilha onde se encontram 15 mil refugiados.
Spyros Galinos criticou a abordagem da União Europeia ao problema, que consiste em manter presas milhares de pessoas em acampamentos nas ilhas, sem condições e sobrecarregando os serviços públicos locais, à espera de uma resposta ao pedido de asilo que pode demorar 18 meses ou da devolução para a Turquia.
Em alternativa, o autarca propõe a criação de uma rede de municípios, primeiro na Grécia e depois ao nível europeu. “Há alguns milhares de municípios, e se cada um tiver uma pequena instalação podíamos enfrentar este problema sem um peso adicional nas nossas sociedades e assim travar as vozes racistas e fascistas”, sublinhou.
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Solidariedade e falta de recursos
A Grécia abriu seus portões aos refugiados sem pensar na falta de recursos que o país atravessa, isso é solidariedade, ou seja, a humanidade da maioria dos gregos falando mais alto. Já alguns países do bloco ficaram iindiferentes aos apelos dos refugiados porque não os querem pisando em seus magníficos jardins, sujando seus espaços públicos, enfim poluindo a paisagem. Esses países que não abriram suas portas aos refugiados deveriam pelo menos colaborar financeiramente com os países que os receberam. Essa seria uma solução para aliviar o sofrimento desse povo sofrido e espoliado por nações querem apenas tomar sua geração de riquezas (o petróleo ) e deixa-los entregues a sua própria sorte.
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