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Morreu o dissidente chinês Liu Xiaobo

O dissidente chinês Liu Xiaobo morreu, esta quinta-feira, na sua cama de hospital, num quarto cercado por agentes da polícia paramilitar. O anúncio foi feito pelas autoridades da província de Liaoning, onde o Nobel da Paz de 2010 estava hospitalizado.
A 26 de junho último, o dissidente foi colocado em liberdade condicional e hospitalizado, devido a um cancro no fígado em fase terminal, diagnosticado em maio.
No início deste mês, tinha sido lançada a campanha internacional “1000 postais para que a China liberte o ativista Liu Xiaobo para tratamento paliativo”. Em comunicado, as autoridades chinesas argumentaram que o ativista e pacifista chinês não podia viajar, pois estava num estado físico que não permitia deslocações.
Liu Xiaobo tinha 61 anos e esteve detido mais de oito anos por "subversão". Em 2009, foi condenado a 11 anos de prisão, depois de ter exigido reformas democráticas na China. Liu foi um dos autores de um manifesto, a "Carta 08", que defendia o respeito pelos direitos humanos e a realização de eleições livres.
Em 2010 foi distinguido com o Nobel da Paz e na cerimónia de entrega do prémio, em Oslo, uma cadeira vazia representou Liu, já sob detenção.
"Mesmo enquanto a doença de Liu Xiaobo piorava, o Governo chinês continuou a isolá-lo a ele e à sua família, negando-lhe a liberdade da escolha do seu tratamento médico", lamenta Sophie Richardson, diretora da organização não-governamental Human Rights Watch na China, num comunicado citado pelo Público. "A arrogância, crueldade e insensibilidade do Governo chinês são chocantes - mas a luta de Liu por uma China democrática e respeitadora dos direitos humanos vai sobreviver", declarou ainda.
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