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Moradores do Bairro 6 de Maio ocuparam IHRU para reclamar direito à habitação

Os habitantes do Bairro 6 de Maio, na Amadora, que lutam há anos pelo direito à habitação, ocuparam pacificamente o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana na quarta-feira para exigir diálogo e soluções concretas. Em vez de optar pelo diálogo, o IHRU chamou a polícia de intervenção.
Foto publicada na página de facebook do Stop Despejos.

Num vídeo divulgado no facebook, o Habita - Coletivo pelo Direito à Habitação e à Cidade e o movimento Stop Despejos lembram que “os habitantes do Bairro 6 de Maio, na Amadora, lutam há anos pelo direito à habitação, depois de terem enfrentado demolições e despejos violentos sem qualquer solução alternativa”.

“Depois de tentadas todas as vias de diálogo possíveis, os moradores e associações que os apoiam não tiveram outra opção além de ocupar pacificamente o IHRU [Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana] e exigir diálogo e soluções concretas”, explicam.

Lamentando que o IHRU, em vez de optar pelo diálogo, tenha chamado a polícia de intervenção, que ameaçou os cerca de 50 moradores, entre os quais seis crianças, com detenção por lutarem pelos seus direitos, o Habita e o Stop Despejos garantem que voltarão “ao IHRU, à Câmara, à Secretaria de Estado, ao Ministério, e onde for preciso”, e que “os moradores não vão desistir enquanto não houver solução”.

Os moradores do Bairro 6 de Maio, "neste momento, e depois de terem conseguido de alguma forma interromper as demolições, confrontam-se novamente com problemas".

De acordo com o Habita e o Stop Despejos, “a Câmara Municipal da Amadora, em conjunto com o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, estão neste momento a fazer tudo para limpar os terrenos que estão expectantes para projectos imobiliários”.

“Então acordaram que vão propor realojamento aos moradores que ainda vivem no bairro, mas deixaram fora do realojamento todas as pessoas que ao longo do tempo foram despejadas e que têm estado na luta até hoje”, escrevem as organizações, sublinhando que “estas são as pessoas que vivem nas piores condições”.

“Já várias vezes tínhamos alertado o IHRU que o seu papel não poderia ser apenas ajudar a câmara a 'limpar' o terreno para os interesses imobiliários e fingir que as pessoas que foram realojadas não existem”, rematam.

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