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Milhões de mortes devidas à colonização das Américas mudaram o clima mundial

O extermínio dos povos originários do continente americano provocado pela colonização europeia causou alterações climáticas segundo sustenta um estudo científico da University College London
La captura de Atahulpa, Juan Lepiani. Wikimedia Commons

Foram dizimados 56 milhões de nativos americanos no primeiro século de colonização ocidental. A dimensão desta tragédia humana era já conhecida, a sua relação com as alterações climáticas ocorridas no século XVII ainda não tinha sido explorada.

O genocídio dos povos originários da América foi de tal ordem que causou o abandono da agricultura em várias zonas e a consequente reflorestação de uma área estimada como tendo o tamanho de França. Este aumento de árvores e vegetação causou uma diminuição do dióxido de carbono na atmosfera. De tal forma que houve uma mudança no efeito dos gases de estufa, originando alterações climáticas. O professor de Geografia Mark Maslin, co-autor deste estudo, explica que “o CO2 e o clima estavam relativamente estáveis até esse momento”.
Maslin e os seus colegas desafiam assim ideia de que a “pequena idade do gelo” dos anos 1600 teria sido causada devido apenas a fenómenos naturais.

Na sua investigação combinaram a análise das provas arqueológicas com os dados sobre o dióxido de carbono encontrados no gelo da Antártida que, capturando gases atmosféricos, permite analisar a sua quantidade em séculos passados. Alexander Koch, o investigador principal, sublinha que “os núcleos de gelo mostraram que houve uma queda maior de CO2 em 1610, provocada pela terra e não pelos oceanos”. Por isso, desceu um décimo de grau no século XVII. E estas alterações climáticas fizeram fracassar colheitas a nível mundial.

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