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Milhares pedem destituição de Trump

Realizou-se em Los Angeles a quarta edição da “Marcha das Mulheres”. Para além da destituição de Trump, exigiu-se o fim da violência sexual e a proteção dos direitos das mulheres.
Foto: EPA/David Swanson/Lusa
Foto: EPA/David Swanson/Lusa

Este sábado, milhares de pessoas exigiram a destituição de Trump nos Estados Unidos e o fim da violência contra as mulheres. A multidão empunhava cartazes com frases como “A traição não é uma política externa”, “Pussy Power” e “Impeach & Remove”. No meio, estava o balão gigante que representa Donald Trump como um bebé. Vários manifestantes usaram a carapuça cor de rosa que se tornou símbolo da resistência à atual presidência dos Estados Unidos.

Num palco montado em frente à Câmara de Los Angeles, a atriz Mira Sorvino, que pertence ao grupo de atrizes que acusaram Harvey Weinstein, agora julgado por violação, de assédio sexual, afirmou que “os predadores que anteriormente gozaram de imunidade e poder para magoar e destruir as oportunidades das pessoas trabalharem em ambientes seguros e justos estão a ser, historicamente, trazidos à Justiça”.

“Por causa da bravura de centenas de mulheres, homens e crianças que disseram a verdade, os Harvey Weinsteins, Jeffrey Epsteins, Bill Cosbys e R. Kellys estão finalmente a perceber que nós, como sociedade, deixámos de tolerar a sua predação, não importa quão populares forem”, afirmou.

Por sua vez, a atriz Rosanna Arquette relembrou que passaram dois anos desde que o movimento Me Too abalou poderosos em Hollywood. No seu entender, “a misoginia está a fincar calcanhares e a negar transgressões”. “São pessoas que não querem acabar com o ciclo de abusos e se sentem ameaçadas pela mudança”, acrescentou.

De acordo com a Lusa, Chantal Cousineau, atriz e membro do comité de mulheres da SAG-Aftra, federação sindical que representa 160 mil profissionais do entretenimento, afirmou que o Me Too “foi um ponto de rutura”. “O estado de coisas de abuso e desigualdade nunca foi sustentável”, acrescentou.

Eric Garcetii, autarca de Los Angeles, afirmou que queria que 2020 fosse o ano da mudança para melhor.

Maxine Waters, congressista, garantiu que os democratas vão “lutar com tudo” para destituir Trump.

A atriz Marlee Matlin denunciou o “racismo e intolerância de Trump” e Lisa Ann Walter apelou ao voto pelos interesses das mulheres.

A atriz Constance Wu, por sua vez, sublinhou a urgência de proteger os direitos reprodutivos das mulheres, perante as tentativas de anular o direito à interrupção voluntária da gravidez.

Este ponto será particularmente pertinente já que ainda não fez um ano que os legisladores do estado do Alabama aprovaram uma lei que proíbe o aborto em quase todas as situações. Esta foi a lei mais restritiva nos Estados Unidos no que concerne à interrupção voluntária da gravidez.

Já em 2017, os EUA tinham recusado apoia umar resolução da ONU sobre direito ao aborto. O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adotou por unanimidade uma resolução de contenção ao abuso e discriminação das mulheres, mas os Estados Unidos da América (EUA) recusaram apoiar um parágrafo que mencionava o acesso seguro a interrupções voluntárias da gravidez. No parágrafo preliminar, declarava-se que os sistemas de saúde de cada país providenciariam “serviços de saúde reprodutiva e sexual de qualidade”, incluindo “abortos seguros onde esses serviços forem permitidos pela lei nacional”. 

A marcha destacou-se pela diversidade de géneros, idades e etnias. Segundo a Women’s March Global, houve 51 marchas das Mulheres em 24 países com “milhões de mulheres e aliados”.

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