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Milhares manifestam-se para “parar o golpe” no Reino Unido
Dezenas de milhares de pessoas saíram à rua este sábado em Londres e dezenas de outras cidades britânicas para protestarem contra o encerramento do parlamento a partir de meados de setembro e até duas semanas antes do prazo para a saída do Reino Unido da União Europeia. Para além do cortejo, os manifestantes realizaram várias ações de desobediência pacífica, sentando-se na estrada em vários locais para provocar o corte do trânsito.
You shut down the parliament we shut down the streets #DefendOurDemocracy #StopTheCoup pic.twitter.com/7HUztc2OPX
— Meghan Alexander (@DrMeg_Alexander) August 31, 2019
“Esta é a nossa democracia e não permitiremos que um primeiro-ministro que não foi eleito consiga fazer este assalto ao poder”, afirmou ao Guardian a coordenadora nacional do coletivo Momentum durante a concentração em frente à residência oficial do primeiro-ministro.
From London to Manchester, from Bristol to Newcastle and in so many other places, people are still marching through the streets!
In our hundreds of thousands, we will not stop taking action until we #StopTheCoup! pic.twitter.com/IkWkHg8Ppj
— Momentum (@PeoplesMomentum) August 31, 2019
Um membro do governo-sombra trabalhista, John McDonnell, subiu ao palco em Londres epara atacar Boris Johnson, apelidando-o de “ditador”. “Esta é uma luta para proteger a nossa democracia. Sabemos o que é que Johnson está a preparar, ele não é muito subtil, pois não? Ele quer acabar com a nossa democracia para conseguir forçar um Brexit sem acordo”, afirmou McDonnell, lembrando que “nós já derrotámos ditadores no passado e iremos derrotar este ditador”.
Em Glasgow, a concentração juntou milhares de pessoas e contou com a presença de Jeremy Corbyn. “Há manifestações em todo o lado porque as pessoas estão zangadas e indignadas com o que se está a passar”, afirmou o líder trabalhista, referindo-se “a um governo e um primeiro-ministro eleito por 93 mil membros do Partido Conservador que está a tentar sequestrar as necessidades, objetivos e aspirações de 65 milhões de pessoas”.
I thank everyone who has taken to the streets here in Glasgow and across the whole country to oppose Boris Johnson's smash and grab raid on our democracy.
We'll do everything possible to stop a disastrous No Deal for which this Tory government has no mandate. #DefendOurDemocracy pic.twitter.com/5tgRT4EjHw
— Jeremy Corbyn (@jeremycorbyn) August 31, 2019
Também em Glasgow, a deputada nacionalista escocesa Alison Thewliss disse ao Guardian que a reação dos seus eleitores ao encerramento do parlamento britânico não tem precedentes no passado. “Recebi mensagens de pessoas que nunca me tinham escrito, e quando fiz um porta-a-porta esta manhã no meu círculo eleitoral a mensagem era a mesma. Isto é uma gigantesca afronta à democracia. Não se pode fechar o parlamento só porque se pensa que ele não vai concordar connosco”, afirmou a deputada do SNP.
As manifestações contaram também com a presença de dirigentes dos liberais democratas. Em Bristol, o ex-deputado Stephen Williams disse aos manifestantes que a única coisa que interessa a Boris Johnson é “assumir ele próprio o poder e manter-se no poder em nome da sua classe, para que possam ser eles a mandar em nós”, comparando a situação ao regime da Coreia do Norte. “O que Johnson fez foi apagar do calendário boa parte de setembro e boa parte de outubro, para que tenham só uns quatro dias para tomar a decisão mais importante das nossas vidas e a mais importante que aquelas 650 pessoas irão alguma fez tomar”, acrescentou Williams.
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